O legado de Tom Curren ficou um pouco esquecido na actualidade, mas antes de Kelly Slater ter tomado o circuito mundial de assalto, quebrando quase todos os recordes, este californiano era apontado como o “G.O.A.T.” É bem conhecido que Curren abandonou o tour depois de conquistar dois títulos, que voltou e conquistou mais um a partir dos trials, algo que nunca tinha sido feito e nunca voltou a acontecer, e que surfa com pranchas estranhas. Mas agora podes ficar a saber, ou relembrar, quatro acontecimentos que espantaram o “surf world”.
Venceu heat do CT com uma twin fin dos anos 70…
Em 1993, depois de ter abandonado o circuito mundial novamente, recebeu um convite para participar de uma prova do Championship Tour em França, o Rip Curl Pro Landes. O seu adversário no round 2 era Matt Hoy, que na época ocupava o 8º lugar do ranking, e a prancha escolhida pelo 3x campeão do mundo foi uma twin fin dos anos 70 que tinha encontrado num loja em New Jersey. A prancha mais parecia um kneeboard e apesar de ter sido motivo de chacota pelos seus contemporâneos, o que é certo é que serviu para oferecer a Hoyo uma das derrotas mas frustrantes da sua carreira, que só serviu para intensificar a imagem quase mística de Curren.
Venceu uma das provas mais importantes do ano sem autocolantes…
Em 1990 Tom apareceu no Havai com um quiver de pranchas de Maurice Cole, algo incaracterístico já que era patrocinado pela Channel Islands/Al Merick desde o início da sua carreira. O seu surf nessas pranchas de fundo e rail amarelo foi fenomenal, culminando na que seria a sua única vitória em águas havaianas, no Wyland Hawaiian Pro em Haleiwa. Mais incaracterístico foi o facto de estar a competir sem autocolantes dos seus patrocinadores, OP (roupa) e Rip Curl (fatos). Este acontecimento seria o equivalente a Mick Fanning ou Gabriel Medina competirem sem os autocolantes dos seus patrocinadores na prancha, mas sem o impacto que as redes socais provocam na actualidade. Quando lhe foi inquirido porque andava sem logótipos na prancha respondeu que não teve oportunidade de encontrar autocolantes, uma resposta típica deste despreocupado campeão mundial. Como resposta ao incumprimento a Ocean Pacific, que na altura também patrocinou Kelly Slater, enviou-lhe um contrato que lhe permitia surfar sem autocolante mas reduzia o seu ordenado em 75%, algo que não foi aceite e assim terminou a sua ligação com a marca. Pouco tempo depois a marca começou a perder expressão acabando por desaparecer do mercado (mais sobre a história da OP AQUI).
Foi patrocinado por marcas “emergentes”…
Com a saída de cena da OP, a Rip Curl aproveitou para patrocinar Curren a 100%, uma ligação que dura até aos dias de hoje mas teve algumas interrupções! Na década de 00 a marca australiana e o 3x campeão mundial desentenderam-se e um dos contratos não foi renovado o que fez com que Tom fechasse com a marca de roupa “The Realm”, criada por Mike Parsons e Pat O’Connell, e pela Mormaii, uma das mais antigas marcas de fatos do Brasil. Mais tarde Curren voltou para “casa” e hoje continua a ser um dos mais reconhecidos embaixadores da Rip Curl.
Surfou ondas “grandes” de prancha pequena…
Há sessões que ficam para a história, mas dificilmente haverá uma mais marcante que esta em Sumbawa em 1994. A serviço da Rip Curl nas viagens “The Search”, Tom surfou de 5´7 num dia em que qualquer outro surfista do mundo não teria usado menos de 7’0 pés. Curren fez tudo o que quis em ondas de 15 pés e as imagens correram mundo tanto nas mais diversas revistas como nos filmes da Rip Curl. Essa sessão provou que se podia surfar de maneiras diferentes em ondas que não se esperava que fosse possível e tudo seria diferente a partir daí…
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Comentários
Um comentário a “4 ocasiões em que Tom Curren espantou o mundo”
Casca, mago do estilo !