Foi ao terceiro dia de prova que terminou a mais importante prova de surf no nosso país, o MOCHE Rip Curl Pro Portugal. A previsão era das piores de sempre na história do evento em Portugal, mas mais uma vez “Neptuno” colaborou e os últimos dois dias tiveram ondas quase épicas.

Logo pela manhã as ondas estavam com cerca de metro e meio e nem a maré vazia estragou as condições. O heat de maior consequência entre os que faltavam realizar do round 3 foi o último, que defrontava Mick Fanning e Alejo Muniz. Foi também a bateria em que Fanning esteve mais perto da eliminação neste último dia de prova, pois a partir daí mais nenhum adversário conseguiria ficar tão de o parar. O ponto alto da bateria foi um longo tubo para a direita, e mesmo recebendo uma nota de 9,43 Alejo teria virado com uma nota de 6.11.

Apesar de Fanning se ter mostrado implacável, o grande destaque, e favorito, era John John Florence. Depois de marcar 10 pontos, no dia anterior, o havaiano fez o tubo mais longo do dia, “rebentando” novamente a escala e recebendo outra nota perfeita. Uma mão cheia de tubos deu-lhe a vitória fácil sobre Adam Melling e Jordy Smith, e nos quartos de final repetia a “magia”. Outro momento que fez o público vibrar, e escolhê-lo como favorito, foi na bateria dos quartos de final. Depois de mais um bom tubo Florence deu um aéreo reverse altíssimo, aterrando na parte mais difícil e rodando os poucos graus que faltavam na base da onda. No entanto, logo que terminou a rotação caiu, e os júris consideraram a manobra incompleta.

O seu “mojo” acabou na fase seguinte, quando defrontou Jordy Smith. O sul africano “capitalizou” logo no início da bateria, com dois grandes tubos e a partir daí as ondas com potencial deixaram de entrar e John John foi eliminado, perdendo as suas hipóteses de lutar pelo título mundial no Havai.

Do outro lado da grelha vinha Mick Fanning “on a mission” para se posicionar bem na disputa pelo título. O vencedor do Rip Curl Pro Search de 2009, o ano de regresso do WCT ao nosso país, estava a ter um ano com alto e baixos. Os altos foram as duas vitórias, nos point breaks de Bells Beach, Austrália, e Jeffreys Bay, na África do Sul, e apesar de ter a contar algumas derrotas em fases iniciais acabaria por juntar mais um “caneco” ao seu sumatório.

Fanning bateu duas vezes Filipe Toledo e Kai Otton, chegando assim à final. A derradeira bateria teve poucas ondas surfadas, e foi o australiano quem descobriu as “pérolas” logo no início do heat. Um esquerda “roubada” dentro da prioridade de Jordy deu-lhe 9 pontos e a eventual vitória. Smith, que ao chegar à final garantiu os 50.000 USD como prémio de ter vencido o Cascais Trophy, apenas apanhou uma onda. E mesmo tendo feito um bom tubo ficou até ao fim a precisar de 7.84. Os últimos minutos não permitiram qualquer reviravolta ao resultado, já que nenhuma onda com potencial apareceu. Assim Mick Fanning saiu da água campeão, lançando-se novamente na disputa pelo título mundial, que agora se restringe a mais dois surfistas, Slater e Medina.

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