Foi algures em 2015 que Carina Duarte tinha vencido uma etapa da Liga MEO Surf pela última vez, uma conquista que repetiu no Allianz Sintra Pro de 2021.

As 35 etapas que se realizaram entre as suas vitórias foram divididas por apenas 4 surfistas, Teresa Bonvalot, Carolina Mendes, Yolanda Hopkins e Camilla Kemp. No entanto a etapa da Praia Grande, o Allianz Sintra Pro de 2021, não seria “mais do mesmo”. No primeiro heat das meias finais de 4 surfistas Francisca Veselko e Carina Duarte qualificaram-se para a fase seguinte, enquanto que na bateria seguinte Mafalda Lopes e Carolina Santos surpreenderam ao eliminar duas das mais dominantes surfistas de sempre no surf nacional, Carolina Mendes e Teresa Bonvalot. Isso significava que nas meias finais man-on-man estariam 3 surfistas que nunca venceram neste circuito, e uma que já não o fazia há cerca de 7 anos.

Francisca Veselko acabou o ano de 2020 com uma final e em 3 etapas em 2021 fez mais duas mas a vitória estava a iludir a surfista de Carcavelos e, quando eliminou Carolina Santos por larga vantagem, garantiu a liderança do circuito e focou-se na vitória. Infelizmente, para ela, do outro lado da grelha tinha uma inspirada veterana, Carina Duarte, que tinha eliminado Mafalda Lopes na fase anterior e começou a final com duas ondas fortes. Francisca ainda tentou responder e ficou perto, mas não apareceram mais ondas com potencial e Carina venceu, entrando na disputa pelo título nacional.

No lado masculino o grande destaque foi a disputa pelo título nacional, que foi conquistado por Vasco Ribeiro, sagrando-se assim campeão pela 5ª vez. Tudo começou nos quartos de final, quando Arran Strong abriu com uma onda muito forte, acabando por eliminar Diogo Martins. No heat seguinte Vasco abriu uma onda incrível e acabou por deixar Jácome Correia a correr atrás o tempo todo, sendo também eliminado. Afonso Antunes não teve que entrar na água para seguir para as meias finais, já que Eduardo Fernandes se lesionou e não competiu neste heat. Para acabar a fase Halley Batista despachou Miguel Blanco, vencendo por uma vantagem considerável.

Depois de Vasco Ribeiro ter dominado o primeiro heat das meias finais contra Arran Strong, a pressão voltou para o lado de Afonso Antunes, que se quisesse manter a disputa pelo título viva para a próxima teria que bater Halley Batista neste heat e Vasco na final. Foi um heat muito disputado, inicialmente liderado pelo luso-brasileiro, até que Antunes com uma boa esquerda passou para a frente a minutos do fim, mas nos segundos finais Batista virou o resultado a ser favor, qualificando-se para a sua segunda final consecutiva.

Halley Batista tem um historial curto mas curioso no mais competitivo circuito de surf em Portugal. Depois de carreira profissional de sucesso no Brasil, que inclui duas vitórias no circuito QS, este surfista emigrou para Portugal, estreando-se na Liga na última etapa de 2019, onde conquistou um 9º lugar. Em 2020, depois de alguns resultados abaixo do seu nível, Batista acabou o ano com um 3º lugar, mostrando pela primeira vez o seu verdadeiro potencial. Este ano faltou às duas primeiras etapas mas compensou na terceira, onde partilhou a final com Vasco Ribeiro. Na Praia Grande Halley foi destaque ao longo de toda a prova e depois de ter chegado perto na etapa anterior, conseguiu impor o seu surf progressivo e vencer com muito mérito uma final muito equilibrada.

Comentários

Os comentários estão fechados.