O circuito nacional conta com um longo historial de presenças luso-brasileiras, algo que tem contribuído muito para a sua evolução. Nomes como Almir Salazar, Guga Gouveia, Eduardo Fernandes, Pedro Henrique e Carolina Mendes, entre outros, entram na história do surf português pelo contributo que deram, ou continuam a dar, ao longo dos anos mas, apesar do nível do surf brasileiro estar muito distante do português, nem todos os que passam por cá têm o mesmo sucesso. Halley Batista acaba de se juntar ao grupo dos bem sucedidos, com duas finais de seguida e uma vitória sobre o recém coroado penta-campeão nacional, Vasco Ribeiro. Fica a saber um pouco mais sobre este surfista que já era destaque no país que é actualmente a maior potência do surf mundial…

 

Halley, parabéns, como te sentes depois de venceres pela primeira vez uma etapa da Liga…
Me sinto muito contente! A Liga está recheada de excelentes surfistas e, sim, existe um grande nível de surf. Portanto vencer os melhores surfistas nacionais representa muita coisa. Felicidade é a palavra!

Podes contar um pouco do teu historial como surfista profissional no Brasil?
No Brasil tive uma carreira brilhante, fui tetra-campeão Pernambucano amador, bicampeão Carioca também amador, bicampeão Nordestino profissional e vice-campeão brasileiro profissional. Venci etapas do circuito Brasileiro Profissional duas vezes, venci uma vez uma etapa do circuito Latino Americano no Equador, uma prova QS duas estrelas no Japão e, no mesmo evento, fiquei em segundo no LQS longboards e venci também etapa do QS 4 estrelas no Brasil, na Bahia, Itacaré. Também venci etapas do circuito Brasileiro de llongboard e uma do circuito mundial.

O que te fez arrancar para Portugal e há quantos anos estás por cá?
Decidi morar em Portugal em busca de segurança e qualidade de vida pois no Brasil já fui sequestrado, roubado, furtado e agredido injustamente. Meu irmão, Atamay Batista, já vivia no Algarve, foi ali que eu me encontrei com ele e com este lindo paraíso, que hoje eu chamo de lar, onde eu já estou a 5 anos.

O que uma vitória neste circuito faz pela tua carreira neste momento?
Esta vitória na Liga serve de combustível, incentivo e um grande exemplo aos críticos que me aposentaram.

Quais dirias que são as principais diferenças entre o circuito brasileiro e o circuito português?
A única diferença é a quantidade de surfistas pois o Brasil tem uma população enorme, tornando o circuito mais disputado.

O que tens achado do nível de surf dos surfistas portugueses?
Acho a Liga muito forte, pois tem uma nova geração vindo com grande surf. Falta é amadurecimento por parte de alguns atletas da nova geração em termos competitivos, para que eles possam dominar a Liga e também levar Portugal ao mais elevado nível mundial.

Tens conseguido alguns apoios por cá?
O surfista vive da sua imagem, escolhi viver em Aljezur, treino praticamente todos os dias porém só sou visto pelos meus amigos locais, isto sem duvidas dificulta muito aparecer. Vou fazer um trabalho com vídeos para que eu possa apresentar melhor o meu dia a dia, assim penso pode aparecer alguma marca e querer fazer uma parceria. Hoje conto com o apoio dos blocos de espuma da Teccel que é uma marca brasileira também, de shapes conto com o Paulo Mouzo, Lip da Country Surfboards, Adam AJW e do “Padrinho” Zé da Jobsite.

Quais são os teus objectivos para o futuro?
Quero me manter ativo no surf de alto rendimento, produzir vídeos de surf, passar minha experiência e conhecimento a nova geração de surf.

 

(Halley em free surf no Rio de Janeiro em 2014)

Comentários

2 comentários a “Keeping up com Halley Batista | O surfista que tomou a Liga MEO Surf “de assalto””

  1. Espetáculo…. O Halley Batista “Cometa” é sem dúvida uma joia Brasileira, Portuguêsa e Polonesa…. The Best