Yolanda Hopkins é cada vez mais um nome inegável do surf nacional. Inicialmente os seus títulos, conquistados em Portugal e no circuito QS, não se transformaram nos apoios que merecia mas, hoje em dia, o seu potencial começa a ser reconhecido por mais patrocinadores. A ONFIRE aproveitou para meter a conversa em dia com a Algarvia, dias depois da sua impressionante vitória no Allianz Figueira Pro…

 

Yolanda, na última vez que falámos tinhas menos patrocínios que agora, fala um pouco sobre os teus apoios actuais…
Sim, é verdade, desde a última vez que falámos eu fiz parceria com a Sumol, a OSLO, que é uma marca de roupa, assinei contrato com a Mindera, uma empresa de software, e a Livingtide, que é uma marca nova que faz de biquínis para surfistas. Também tenho a WonkyBoard, que me ofereceu várias pranchas para treinar o equilíbrio, o que tem ajudado muito o meu surf. Depois tenho os mais antigos, como a C-Skin, a Fatum, PigDog Surfcamp e a Zombie Tread acessórios, estou muito agradecida pelas pessoas que decidiram apoiar-me.

O que achas que mudou para passares a ter esse reconhecimento por mais marcas?
Para ser sincera, não tenho a certeza, acho que a consistência do meu surf, a maneira como eu estou a evoluir e por no ano passado ter chegado a ser a surfista portuguesa melhor classificada no ranking do circuito QS. Eu acho que as empresas tiveram conhecimento disso e pensaram que eu era uma boa aposta para o futuro. Mesmo assim ainda estou à espera de um contrato que me liberte dos problemas financeiros que tenho por correr o tour.

Como tens dupla nacionalidade, a possibilidade de representar outro país para teres mais hipótese de competir nos Jogos Olímpicos é algo que estás a considerar?
Eu tenho nacionalidade portuguesa e inglesa mas sou muito patriota, Portugal está no meu coração e é o país que eu gosto de representar. Já representei Portugal em 2019 e 2020 e no final de Maio vamos para os ISA World Games, em El Salvador. Não havia nada melhor para mim que me qualificar para os Jogos Olímpicos com a bandeira portuguesa atrás de mim.

Como foi a sensação de regressar com uma vitória?
Foi incrível, já não fazia campeonatos há uns 6 meses e foi uma grande sensação. Tinha lá muitas pessoas a apoiar-me e foi bom vestir a lycra outra vez e mostrar o meu surf, que é o power surf. Eu adorei as condições e espero poder mostrar mais no futuro.

 

 

Consideras que a tua performance na Figueira da Foz foi das mais dominantes até hoje?
Não sei se foi a mais dominante, nos últimos dois anos os campeonatos de Aveiro, Miss Active Cup, que é só de raparigas, foram os melhores campeonatos que já fiz na minha vida. Eu fiz pontuações excelentes em quase todos os heats, desde os quartos até à final. As ondas têm estado sempre com power, da maneira que eu gosto, e o ambiente é sempre incrível, adoro ir lá. Esses foram os meus campeonatos mais dominantes.

Com o circuito QS em stand by tanto tempo, o que fizeste para manter o ritmo e foco?
Foi a altura em que tive mais tempo parada, antes disso estava a competir de duas em duas semanas, ou a viajar para um sítio novo. Foi um bocadinho difícil, sem fazer campeonatos acabei por ter alguns problemas financeiros, porque a vida continua e há sempre contas para pagar, mas consegui andar para a frente e manter o meu foco.

Quais são os teus objectivos para este ano?
Este ano eu adoraria começar com uma vitória no QS da Caparica, era um grande começo e depois vou logo de seguida para El Salvador e ter uma boa performance lá também era incrível para poder qualificar-me para os Jogos Olímpicos. O futuro ainda está um bocado instável devido à pandemia, mas espero que os QSs se tornem um bocadinho mais consistentes para eu poder competir e surfá-los o melhor que consigo e acabar por me qualificar para o CT.

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