Tiago Pires faz parte da elite do surf mundial desde 2008, ano em que se qualificou pela primeira vez. Neste momento está no seu sétimo ano no WCT e conta com 51 heats vencidos. Alguns foram mais memoráveis que outros e a ONFIRE preparou este apanhado das baterias que considerou mais marcantes até ao momento.

2008

– Billabong Pro Teahupoo – Round 3 VS Joel Parkinson.

Foi em Teahupoo que Tiago Pires venceu, pela primeira vez na sua carreira, um heat do round 3. Esta era a terceira etapa do ano e, depois de algumas derrotas prematuras na Gold Coast e em Bells Beach, o português derrotou Jeremy Flores e Roy Powers.

E foi no round 3 que conseguiu o seu primeiro 10, num tubo muito profundo em Teahupoo. Saca foi claramente o melhor surfista do heat, dando a Joel Parkinson uma lição de “tube riding”. Por sua vez Joel deu uma lição de competição (ou anti-desportivismo), forçando a remada numa onda que tirou a prioridade ao português. Na onda seguinte Tiago não sabia que já não tinha prioridade e Parkinson fez questão de lhe “sacar” uma interferência. Com o heat já perdido Saca ainda fez mais um tubo impressionante, sem mãos, pelo qual recebeu 8 pontos.

– Rip Curl Pro Search “Somewhere in Indonesia” – Round 3 VS Kelly Slater

A falta de apoios locais fez com que a Rip Curl apelidasse esta etapa de “Somewhere in Indonesia”, mas todos sabiam que a prova se estava a realizar na Bukit Península, em Bali. Esta prova tinha todos os picos da “Bukit” em aberto, mas tudo se realizou entre Padang Padang (round 1) e Uluwatu.

Mais uma vez Saca venceu o seu heat do round 1, nesta fase ainda nos tubos de Padang Padang. Foi uma bateria de poucas ondas em que o português esteve em último lugar até aos últimos segundos, quando apanhou uma das maiores ondas que entrou e deu um longo tubo, terminando em primeiro lugar à frente de Adriano de Souza e Pancho Sullivan.

No round 3 Tiago tinha pela frente Kelly Slater, que esse ano só tinha perdido dois heats, ganhando 3 de 5 provas até aí realizadas. O dia desta bateria é, ainda hoje é lembrado por Slater como um dia em que a vida não lhe correu bem. Também não ajudou ter passado a noite a receber telefonemas de um surfista que tinha bebido uns “copitos” e estava um pouco “possuído”, achando que Slater era outra pessoa e que lhe tinha roubado a namorada, o que deu origem a algumas ameaças (podes ler a história completa deste acontecimento na página 66 da ONFIRE #63). Slater acabou por desligar o telefone e dominou quase o heat todo contra Tiago Pires, em esquerdas tubulares de dois metros em Uluwatu. Ambos tinha notas altas, mas Slater tinha as duas melhores e perto do fim tinha a prioridade e a liderança. Até que Saca “vendeu” ao líder do circuito uma onda má, fazendo-o perder a prioridade. Logo atrás vinha uma das melhores ondas do dia e Tiago deu um longo tubo, garantindo uma vitória confortável.

Esta etapa pode ser considerada como um ponto de viragem pois, depois de derrotar o melhor surfista de todos os tempos, Saca só parou nas meias finais, terminando em 3º lugar.

2009

– Hurley Pro Trestles – Round 2 VS Jordy Smith

Não foi um resultado tão sonante quanto os anteriores, pois Saca terminou em 17º lugar. Mas no seu heat do round 2 derrotou um dos grandes favoritos à vitória esta etapa, Jordy Smith. O mar estava pequeno e a direita de Trestles quebrava com pouca força, o que fez com que as esquerdas fossem mais procuradas. Com o seu “backside attack” muito afiado, Tiago foi construindo uma liderança sólida em cima do Sul Africano. Smith tentou de tudo e soltou os seus truques todos numa das últimas ondas, mas não seria suficiente para derrotar as violentas pauladas de Pires, e a sua presença neste campeonato terminou num 33º lugar. Este foi um dos “escalpes” mais impressionantes do português que no futuro iria juntar outros nomes “de ponta”, como Dane Reynolds, John John Florence e Gabriel Medina à sua lista.

https://www.youtube.com/watch?v=r6VprQUf2qs

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