Um circuito como a WSL, com várias décadas de existência, conta já com um grande número de recordes e, claro, estreias, algumas mais impressionantes que outras.
Kelly Slater, por exemplo, é o recordista de estreias no circuito. O norte-americano foi o primeiro, pelo menos na categoria masculina, a vencer cinco títulos mundiais, seguindo esse feito no ano seguinte com a estreia de 5 títulos consecutivos. Além disso foi o primeiro, e único, a vencer também 6, 7, 8, 9, 10 e 11 títulos mundiais e detém os recordes de mais etapas vencidas, mais anos como membro do Championship Tour e foi ainda o surfista mais novo e mais velho a vencer títulos mundiais.
Há também pioneiros em coisas negativas como é o caso de Ricky Basnett que, em 2008 fez o primeiro ano “perfeito” da história do circuito, tendo terminado em todas as etapas em último lugar e o de Neco Padaratz, que foi o primeiro top do Championship Tour a ser temporariamente suspenso pela WSL (na época ASP) devido ao uso de substâncias ilegais. Em defesa destes atletas, no ano anterior Ricky fez um ano sólido no CT, sem qualquer 33º a seu nome e com um par de 9ºs lugares. Já Neco recuperava de uma lesão grave, tendo recorrido às ditas substâncias para recuperação muscular e não à procura de qualquer tipo de vantagem a nível de performance.
Pelo positiva temos outros acontecimentos, como a recusa de Taj Burrow ao seu ano de estreia no CT. Até hoje o australiano foi o único surfista a conseguir a qualificação para o tour e abdicar do que seria o seu ano de rookie. Foi no fim de 1996 que Burrow conseguiu a qualificação pela primeira vez, sem grande esforço, mas quis mais tempo para trabalhar nos seus pontos fracos. No ano seguinte Taj voltou a conseguir uma vaga no circuito mas dessa vez não a recusou, estreando-se na elite do surf mundial em 1998, onde permaneceu até metade de 2016, quando se reformou.
Em 2018 assistimos a mais uma estreia, a primeira qualificação via Championship Tour sem passar pelo Qualifying Series. Durante muito tempo os wildcards não pontuavam no ranking do mais importante circuito de surf do mundo mas quando essa regra mudou deixou espaço para esta situação invulgar como foi a qualificação de Mikey Wright para o circuito de 2019. O irmão de Owen e Tyler acabou o ano de 2017 a mais de 20 posições de distância do último qualificado para o tour. Já em 2018 começou muito bem, chegando a liderar o circuito de qualificação. Como prémio a Quiksilver, seu patrocinador, ofereceu-lhe uma vaga no evento de abertura do Championship Tour, onde terminou em 9º lugar. Duas etapas mais tarde recebeu um replacement wildcard para competir no Oi Rio Pro e o seu 13º lugar fez com que caísse nas “boas graças” da WSL, que continuou a oferecer-lhe vagas via “WSL Selection“. Graças a dois 3ºs lugares, um 5º e três 13ºs, Wright conseguiu acabar na 12º posição do ranking, mesmo a contar com apenas 8 etapas neste circuito onde contam as 9 melhores provas. Apesar disso, e da sua qualificação ter prejudicado surfistas como Frederico Morais, que acabou por ficar fora do CT por um lugar, Mikey ainda está apto para disputar o prémio de rookie do ano de 2019, algo que vai certamente tentar conquistar.
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