Num dia de sonho em Carcavelos terminou, esta tarde, o Cascais Billabong Pro, evento Prime e último a contar para o MOCHE Series Cascais Trophy!Como esperado o dia começou com condições perfeitas com vento off-shore e um swell sólido de um metro com sets de metro e meio. Em prova estavam apenas 16 surfistas, e todos eles garantiram, durante este grande dia de surf, emoção e drama até ser encontrado o vencedor da etapa, assim como o vencedor da “Triple Crown” portuguesa, que levava para casa um bónus de 50.000 dólares (este era atribuído ao surfista que ficasse melhor classificado nas três etapas realizadas nas nossas águas, o Prime dos Açores, o WCT em Peniche e, por fim, este Prime em Cascais).

Há, sem dúvida, seis surfistas a destacar neste grande dia: Carlos Munoz, Mitch Crews, Conner Coffin, Jeremy Flores, Adam Melling e Jason André, todos por razões distintas.

Carlos Munoz foi o surfista que mostrou o surf mais high performance de todo o dia (e todo o campeonato). Este natural da Costa Rica é um dos grandes valores do surf mundial e todos apontam que a sua entrada no WCT seja já uma certeza. Hoje em Carcavelos, Munoz deixou todos os que na areia estavam extasiados com o seu surf aéreo, onde se destacou um incrível kerrupt flip! Munoz – que este ano conseguiu fazer capa da conceituada revista americana Surfing – conseguiu também hoje o seu melhor resultado num evento Prime até ao momento, um honroso e merecido 3º lugar.

O australiano Mitch Crews, que segue as pisadas do power surf de muitos dos seus conterrâneos, incluíndo o íconico Occy – um dos comentadores da prova -, mostrou o outro lado que um grande surfista necessita ter para vingar, o power – em contraste com o surf high performance de Munoz . Foi o seu surf de destruição animalesca de ondas que o levou até aos quartos de final – onde perdeu para Munoz numa das alturas do dia em que o mar esteve menos bom devido ao vento leste que em Carcavelos causa muitos agueiros e correntes, apesar de aguentar bem os tubos para a direita. Com este resultado, Mitch Crews garantiu-se praticamente no WCT para o ano que vem e, mesmo após a sua derrota, o australiano estava feliz.

Jeremy Flores destacou-se não só pelo seu surf, como pelo incrível tubo que deu frente a Adam Melling nos último heat dos quartos, altura em que o vento já havia parado e Carcavelos estava com ondas de sonho. Apesar de perder para Jason nas meias-finais, Jeremy sagrou-se também campeão europeu.

Adam Melling perdeu, como dissemos, nos quartos de final para Jeremy Flores mas acabou por se sagrar campeão do MOCHE Series Cascais Trophy, levando assim 50.000 doláres extra para casa, o que certamente ajudará o australiano na preparação do seu casamento! Melling não abandonou Carcavelos sem, no round 16, abrir o heat com uma nota 10. Depois de um longo tubo, Melling ainda encaixou mais dois manobrões, sacando do júri o primeiro 10 da prova… mas não o último!

Os dois últimos surfistas em destaque são, obviamente, os dois finalistas: Conner Coffin e Jason André. Se o primeiro teve em Carcavelos o seu melhor resultado até ao momento, mostrando que não faltará muito para entrar no WCT, já o segundo teve em Carcavelos mais um grande resultado na sua carreira e, não menos importante que isso, garantiu praticamente o seu regresso ao WCT para 2014, um lugar mais do que merecido para este grande brasileiro.

Se na meia final Jadson André deu um incrível tubo mas ao qual não foi atribuído a nota máxima (10 pontos), já na final os júris não vacilaram. Jadson apanhou um (aparentemente) close out para a esquerda e andou que nem um foguete pelo interior para, antes da onda fechar, sair, levar com a explosão de espuma desaparecendo por completo e deixando todos a pensar que tinha caído. Mas, quando a espumar baixou, Jadson apareceu em pé na prancha e com os dois braços no ar. Melhor argumento para um filme de Hollywood daquele de heróis seria impossível. Com este 10 e uma nota na casa de seis pontos na onda anterior, e com Conner Coffin a não se conseguir encontrar no vasto line up de Carcavelos, faltavam dois minutos para o fim e já Jadson largava lágrimas, afinal o seu adversário estava em combinação pelo que seria praticamente impossível dar a volta ao resultado.

Já no pódium, Jadson mostrou-se novamente completamente emocionado, relembrando-se que não tem tido um ano fácil (esteve perto de perder o irmão e passou por lesões) mas que finalmente tudo estava no caminho certo. Jadson foi um grande vencedor e toda a praia não poderia estar mais orgulhosa e emocionada com o discuros e garra do brasileiro!

O rescaldo deste Cascais Billabong Pro só pode ser mesmo um: Cascais entrou definitavamente no mapa mundo do surf mundial. A par deste grande sucesso, está novamente o sucesso do WCT em Peniche e a introdução da “Triple Crown Portuguesa”. Agora, a pergunta que fica é: é ou não é Portugal o mais importante país da Europa no surf neste momento? O futuro não podia ser melhor para o surf português e para o nosso país (pelo menos neste campo)!

 

 

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