Pelo quarto dia consecutivo o EDP Ericeira Pro foi à água, mas não sem algumas “atribulações”. Boas ondas, pouco vento e a maré certa esperavam alguns dos melhores surfistas do mundo para um início de prova logo às 9 da manhã, mas o nevoeiro instalou-se e adiou o arranque por algumas horas.
No dia antes, mesmo sem a “camada marinha”, a prova não andou de ponta a ponta, parando para a maré cheia, sem regresso. Foi neste dia que perdemos mais dois competidores, ambos com uma prestação muito forte e a perderem por muito pouco. Mafalda Lopes tinha como adversárias Luana Silva, Tessa Thyssen e Taina Hinckel e abriu bem, com uma das melhores ondas do início do heat. Infelizmente a estratégia de esperar por uma onda com mais potencial correu mal, já que Thyssen e Silva “capitalizaram” bem a meio deste confronto, colocando algumas notas muito fortes, deixando Lopes a precisar de uma nota alta, algo que não conseguiu fazer e foi eliminada.
Também o campeão nacional em título, Joaquim Chaves, voltou a mostrar o seu backside afiado, abrindo com um combo de três manobras fortes, para receber uma nota de 7.33 pontos e colocar-se na disputa por uma vaga na fase seguinte. Um “batidão” de backside deu-lhe um back up de 3.83, que o deixou perto da liderança do campeão em título desta etapa, Deivid Silva, seguido de Lucas Silveira e de Mike McDonagh. Infelizmente vieram poucas ondas a partir daí e uma delas foi para Silveira, que só precisava de 5 pontos para avançar e espremeu a sua oportunidade até aos 5.2, eliminado Chaves por muito pouco.
Já no dia seguinte, foi a vez de Frederico Morais defrontar Alan Cleland, Morgan Cibilic e Lucca Mesinas. O surfista português com mais experiência no Championship Tour a seguir a Tiago Pires, chegou à Ericeira a precisar do primeiro de dois “pequenos milagres”, um resultado nas finais que teria que ser seguido de outro na prova seguinte, algo que o nosso “Santo Morais” já fez no passado para conseguir a qualificação. Kikas surfou bem, mas faltaram as ondas com secções mais críticas, acabando eliminado enquanto que Mesinas e Cibilic avançaram. A derrota deixou-o sem hipóteses matemáticas de furar o top10, mesmo se vencer a próxima etapa. Mas algo nos diz que ainda vamos ver o surfista do Guincho numa posição melhor no futuro.
Por fim esteve Afonso Antunes, uma pequena revelação neste evento. Antunes mostrou um incrível regresso à forma, eliminando Jarvis Earle e Heitor Mueller para ser o único luso da categoria masculina a chegar ao round de 32 surfistas. Aí contra Deivid Silva, Kanoa Igarashi e Nat Young mostrou mais uma vez o seu valor, abrindo com uma nota de 7 pontos com duas manobras fortes em secções pesadas. Entretanto Igarashi disparou na liderança e Silva segurou um vulnerável segundo lugar. Na sua última onda Afonso atacou mais uma vez o lip mas infelizmente caiu em mais uma secção pesada no fim da onda. Nunca saberemos se caso tivesse aterrado teria conseguido o 6.37 que precisava, mas ficou o recado dado, Antunes is back!
Sobra então Yolanda Hopkins, que só competiu no segundo dia mas mostrou muito surf. Ao qualificar-se para o round de 16 a algarvia subiu à 10º posição do ranking virtual, mas para furar o top5 já nesta etapa precisa de uma vitória, algo que, pelo surf que tem mostrado, é bem possível. A sua próxima adversária será Ellie Harrison, no terceiro heat do round de 16.
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