O ano de 1992 foi dos mais relevantes das história da ASP/WSL até hoje. Até aí só havia uma divisão, apesar de haver etapas com mais e menos pontos. A transição para QS e CT criou uma elite de 44 surfistas, que iriam disputar o título mundial.

Na época o tour era dominado por uma geração fortíssima que tinha como destaques Curren, Carroll, Potter, Hardman, Lynch, Ho, Elkerton, Macauley e muitos outros que, por sua vez, destronaram outra grande geração, a de Mark Richards, Wayne Bartholomew, Shaun Tomson e companhia.

A geração de Kelly Slater ainda batalhava por “um lugar ao sol” mas tinha um “trunfo”, o surf new school. Quando o ano começou a ASP ainda estava a tentar perceber qual seria o melhor formato e a primeira etapa, em Bells Beach, ainda teve 3 rounds de repescagens, algo que não se repetiu.

Kelly perdeu cedo nessa primeira prova, que acabou por ser vencida por Richie Collins, seguido de Martin Potter, Damien Hardman e Gary Elkerton. Mas tudo mudou quando o tour seguiu para North Narrabeen, para o Coke Classic.

Em ondas de um metro, a fechar muito e com má formação, Slater e a sua versão australiana, Shane Herring, estavam em lados opostos da grelha e foram “varrendo” os seus adversários até às meias finais. Aí os confronto foram claramente entre a nova e velha (ou actual) geração. Herring bateu o competitivo Dave Macauley enquanto que Slater despachou o bicampeão mundial, Hardman.

Na final Shane Herring foi superior (surfando com pranchas de Greg Webber que mais de 20 anos mais tarde Kelly usaria como inspiração na sua própria marca) e venceu, o que lhe deu a liderança do circuito por alguns meses. Pouco tempo mais tarde Shane estava fora do tour enquanto que Kelly vencia o seu primeiro de 11 títulos históricos, numa carreira sem precedentes que vai até aos dias de hoje. No ano seguinte Derek Ho conseguiu sagrar-se campeão mundial, mas foi quase um título sem exemplo pois a geração de Slater tinha vindo para dominar!

(O Coke Classic relatado pela ESPN)

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