Quando Gabriel Medina cometeu uma interferência sobre Caio Ibelli no round de 16 do MEO Rip Curl Pro Portugal, uma série de eventos foram desencadeados a partir daí.

Em primeiro lugar, Medina perdeu o favoritismo na disputa pelo título já que os restantes top5 do tour seguiram para os quartos de final e podem chegar ao Havai em posições muito melhores que a do 2x campeão mundial, dependendo dos seus resultados no dia final em Peniche.

Em segundo lugar a WSL ficou numa situação complicada pois há sérias dúvidas se Gabriel tinha prioridade ou não. A versão que Medina “avançou” foi que tinha chegado ao outside muito antes de Ibelli e nem lhe passou pela cabeça que a prioridade não fosse sua. O “Camp Medina” tentou que o heat fosse repetido, mas a WSL não cedeu, uma posição que não está a ser bem aceite pelo público brasileiro, que tem atacado a organização via instagram. Repita o heat ou não, a World Surf League será sempre criticada, uma situação que tem sido constante sempre que Medina se sente injustiçado.

Mas quem está a ser realmente prejudicado é Caio Ibelli, um surfista que jogou dentro das regras mas que está a ser “esculachado” pelo público do seu próprio país. A vida não tem sido fácil para o ex-campeão mundial júnior, que em 2018 perdeu o seu patrocínio principal de longa data e lesionou-se durante uma sessão de treinos para uma prova do CT. Ibelli passou o resto do ano a recuperar e teve que lutar para ficar no tour já que os dois injury wildcards foram atribuídos a John John Florence e a Kelly Slater, uma decisão que por si teve alguma polémica. Depois de muito protestar, Caio recebeu o replacement wildcard número 1, o que, com alguma sorte, lhe permitiu fazer o tour na integra este ano apesar de, inicialmente, não ter havido certezas sobre a quantidade de etapas em que poderia estar presente. Os pontos altos do seu ano foram um 3º lugar em Margaret River e um 5º no Tahiti mas, chegado a Portugal, Ibelli estava fora da qualificação por um lugar. A presença no round de 16 já foi muito positiva para este surfista mas quando Medina, depois de estar a liderar o heat com facilidade, decidiu testar a sua prioridade como se não tivesse nada a perder, o seu adversário ficou a ganhar e com pelo menos um 5º lugar garantido a situação parecia estar a melhorar para o campeão mundial júnior de 2011. Mas não, o público brasileiro virou-se contra ele nas redes sociais, com (literalmente) milhares de comentários muito negativos (que podes ver neste link).

A situação foi tão negativa que surfistas mais próximos de Medina, como Jadson André, postaram em sua defesa nas redes sociais posts como o seguinte: “Eu não tenho 1% de amizade com o Caio do que tenho com o Medina, mas eu tô de verdade, envergonhado com o que vocês estão fazendo com Caio.” (Post completo AQUI)

O MEO Rip Curl Pro Portugal terá um novo call na próxima quarta-feira, dia 23 de outubro. Acompanha tudo em directo AQUI!

 

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