O Surf Out Portugal promete ser o melhor evento do género alguma vez realizado no nosso país. Depois de algumas tentativas com sucesso reduzido coube a uma nova geração de empreendedores, os irmãos Salvador e Patrick Stilwell, agarrar este desafio com uma nova visão e experiência, para criar um conceito único e diferenciado de “trade show” de surf. A pouco mais de 48 horas da abertura do evento falámos com esta dupla dinâmica para ficar a saber mais sobre este tão esperado evento.
Falta pouco para o início do Surf Out Portugal e já não se fala de outra coisa. Que feedback têm recebido do público?
Salvador: Nesta “ponta final” temos sentido grande interesse por parte do público. Temos tido inúmeros contactos de pessoas a pedir mais informações, a querer saber o que se vai passar, o que podem fazer, o que esperar. Eu acho que isso acaba por comprovar um bocadinho o que nós já sentíamos, que já estava a fazer falta um evento agregador de toda a indústria. Por isso acreditamos que vai haver uma adesão boa por parte dos surfistas.
Patrick: Houve também uma muito agradável surpresa com vários contactos que tivemos de fora. Marcas internacionais, pessoas de fora que estão atentas ao nosso mercado e a Portugal, que realmente ficara interessadas em conhecer mais e inclusivamente vir visitar e vir expor. A repercussão neste sentido acabou por ser maior do que esperávamos.
Quais serão as principais actividades / atracções do Surf Out Portugal?
S: Este é um evento para todos. Um evento agregador, inclusivo, para a família, para amigos, surfistas, não surfistas, é um evento para qualquer curioso, para se estar em convívio. Vamos ter desde amostras de produtos das mais variadas marcas, das mais estabelecidas a projectos mais recentes, vamos ter as Surf Talks e depois vamos ter actividades mais lúdicas, como o live shapping do Diogo Appleton, as yoga sessions do Hotel Oitavos, a Polen e a Posca juntaram-se para fazer uma activação de pinturas nas pranchas, a C. Santos VP/Mercedes-Benz vai estar a fazer um passatempo com pintura no carro para ganhar uma experiência na Nazaré, a Billabong vai trazer o Benjamin Sanchis para apresentar o “Vague à L’Ame”. Há muitas actividades, muita coisa para fazer, acaba por ser um autêntico programa.
Qual é, para vocês, a importância as Surf Talks e quais são os principais temas?
P: As Surf Talks no fundo é um fórum exclusivamente dedicado a debater sobre a actualidade e o futuro do surf em Portugal nas suas mais variadas dimensões. Desde os aspectos como a sustentabilidade, à questão da estratégia colectiva do turismo dedicado ao surf e questões sobre a formação e evolução dos surfistas nacionais para atingirem o topo do desporto a nível mundial. Vamos discutir também os factores que fazem com que a Indústria do surf seja mais atractiva tanto para as marcas nacionais como para as internacionais. Vamos discutir uma série de pontos relevantes para a Indústria. Um factor diferente destas Talks é que, primeiro, temos aqui 6 painéis, com uma diversidade não só de temas mas também de convidados. Serão cerca de 26 convidados a debater estes vários temas e temos tanto pessoas do meio como pessoas de fora o meio também, para trocarmos opiniões e ter um diálogo mais rico e mais profundo sobre os vários temas.
Como foi o processo para envolver tantas personalidades diferentes e tantas marcas no evento?
S: Foi um processo muito interessante e realente comprova a dimensão que este desporto já tem em Portugal. Na realidade já existem muitas personalidades e já existem muitas marcas à volta do surf em Portugal por isso foi, como deves calcular, foi um processo exaustivo, no bom sentido, mas muito interessante. E foi muito interessante falar com todas as personalidades, todos os intervenientes desta Indústria mas realmente o feedback que tivemos foi sempre muito parecido, foi que realmente faz sentido um evento destes e pensamos que o sector está do nosso lado para a primeira edição do Surf Out Portugal.
Quais acham que são as principais diferenças entre este e outros eventos do mesmo género realizados em Portugal?
P: Há aqui dois factores que acho que são decididamente diferentes. O primeiro é o timing e o contexto. Nós, em Portugal, atravessamos um momento único, um momento muito positivo no surf, tanto os portugueses estão mais despertos e mais conscientes do que é o surf, como também o mundo está mais atento a Portugal. Este factor foi decisivo para avançar com um evento desta envergadura. O segundo factor distintivo é, se calhar, o tamanho e a quantidade de stake holders envolvidos neste evento.
Porquê na Fiartil?
S: A Fiartil é dos recintos em Portugal com a melhor atmosfera envolvente. É no coração do Estoril, está rodeado de árvores, há ali uma envolvência muito especial, muito agradável. É muito perto do mar, está inserido no concelho de Cascais, um dos concelhos que viu o surf nascer, que mais se desenvolveu, com mais surfistas por habitantes. Por isso faria todo o sentido fazer um evento ao ar livre, com uma óptima atmosfera e realmente as pessoas vão perceber isso quando entrarem, pois é um sítio muito agradável.
Como identificaram a necessidade de criar um evento como este e quanto tempo demorou a tornar-se uma realidade?
P: Há muito tempo que estamos atentos ao mercado do surf apesar de termos percursos profissionais fora do meio. Eu trabalho na área da publicidade e consultadoria de marca e o Salvador trabalhava no sector dos vinhos. Exactamente por estarmos tão atentos a outras formas de operar, identificamos que no surf faltava algo semelhante ao que acontece em outros sectores, como o do vinho, automóvel, publicidade, várias áreas onde há uma congregação dos diferentes intervenientes e onde há uma mostra do trabalho que se está a fazer e das ideias que se pretendem discutir. A oportunidade foi detectada há algum tempo e precisámos de, sensivelmente, um ano até que este projecto se tornasse uma realidade.
Quais foram os principais desafios?
S: Os principais desafios prendem-se mais com o facto de ser o ano zero. É a primeira edição e estamos a apresentar uma ideia nova, por isso fizemos aqui um grande esforço de apresentar pessoalmente a todos os envolvidos e obviamente que, em termos logísticos, nem sempre é fácil. Somos apenas dois e falar com tanta gente nem sempre foi fácil. E depois há esta questão de, até 15 e 16 de Setembro, o evento ainda não existiu, ainda não tem um histórico. Por isso é um primeiro passo que implica sempre alguns desafios para ter todos on board.
A sustentabilidade ambiental é um dos temas mais abordados pela Indústria do surf na actualidade. Também terá lugar no Surf Out Portugal?
P: Certamente, nós temos um Talk exclusivamente dedicado a este tema. Realmente os surfistas estão despertos aqui para a importância de desenvolver produtos ambientalmente mais responsáveis, tanto é que em Portugal já temos óptimos casos de produtos inovadores neste sentido, nomeadamente o ecoPro Pad, que tanto estará em show case das marcas como o Ruben Verdadeiro, que é o seu criador, estará no painel a discutir sobre a sustentabilidade ambiental. Teremos a vereadora da câmara municipal de Mafra, Célia Fernandes, a falar um pouco sobre a importância do que é uma reserva mundial de surf, um tema intrinsecamente associado a estas questões, como também iremos abordar certamente outros pontos, sobre esta temática.
Que repercussão acham que este evento poderá ter na Indústria do surf em Portugal?
S: Achamos que este evento é uma plataforma de diálogo, um evento que une o sector ao seu público. É um local para conversar, dialogar e transmitir os valores da marca, a história os objectivos e as direcções futuras com o seu público. Ou seja, achamos que no fim podemos acrescentar maior valor à relação das marcas com o seu público e que todos nos sentimos mais motivados para fazer surf, para construir algo à volta do surf, para as marcas continuarem o seu bom trabalho.
Mais sobre este evento em www.surfoutportugal.pt…
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