Consistência tem sido o maior problema de Vasco Ribeiro, pois já mostrou por diversas vezes que tem potencial para estar entre os melhores do mundo. Recentemente o único português com um título mundial de surf voltou a encontrar a sua melhor forma e mostrou-se imparável. O seu arranque de ano no circuito QS foi o melhor de sempre, tendo ficado dentro da bolha da qualificação antes da pandemia e, mais recentemente, provou que quando está no seu melhor não tem adversários. Falámos com o surfista de São João depois da sua vitória em Pantin para saber algumas novidades sobre o evento e o conhecer o seu estado de espírito no momento que atravessa…

 

Vasco, conseguiste um grande triunfo em Pantin, a tua primeira vitória internacional fora da categoria júnior, como te sentes?´
Foi óptimo ter a minha primeira vitória internacional na categoria Open, realmente foi um grande campeonato. Foi óptimo ter conseguido isso logo a seguir ao campeonato da Praia Grande, estou a sentir-me super bem!

Estiveste acima da média tanto no free surf como em competição durante toda a semana, sentiste que era só manter o ritmo e a vitória seria tua?
Desde o início da semana que realmente estava a sentir-me super bem, quer no free surf, quer nos primeiros heats, portanto sabia obviamente que se consegue manter a mesma consistência, o mesmo surf, iria conseguir um bom resultado. Mas pronto, cada heat era um heat diferente e foi isso que eu mantive na cabeça. Não pensei muito além de cada heat que tinha à frente e esse foi um bocado o segredo.

Quem foram os teus adversários mais temíveis?
Sinceramente, nenhum assim em especial. Estava a sentir-me bem, todos eles surfam muito bem, o campeonato teve um grande nível, portanto tinha que estar preparado para enfrentar qualquer um deles. Todos os heats foram difíceis e eu só tive que fazer o que sei e estar nas melhores ondas.

A que se deve este ritmo impressionante que te garantiu duas vitórias consecutivas com grande destaque, estás a fazer alguma coisa de diferente?
Por acaso não, tenho andado a surfar mais e a treinar. Realmente esta fase foi um bocado mais parada e agora temos mais campeonatos seguidos dá para voltar a ter o ritmo de antigamente. E estou com umas pranchas muito boas que contribuiu para subir o nível. De resto foi treinar e surfar, passar muitas horas na água.

Usaste sempre a mesma prancha?
No dia maior usei uma 6’2”, uma prancha nova que nunca tinha usado. Usei directo no heat e realmente a prancha era incrível. Nos outros dois dias usei a 6’0” com que competi na Praia Grande. É a minha “prancha mágica” e realmente tem sido incrível, tenho estado sempre a usar essa.

 

 

Sendo uma prova que não contava para nenhum ranking, chegaste a hesitar em ir?
Estive quase para não ir mas depois da vitória na Praia Grande fiquei com vontade de competir outra vez e manter o ritmo. Também vi que a previsão era de ondas incríveis e não perdi esta oportunidade de ir a um sítio que eu adoro.

Como foi o ambiente ao longo da prova?
O ambiente foi incrível, foi óptimo rever os meus amigos todos, franceses, espanhóis, e estar com a malta toda. Foi super giro, sempre com cuidado, obviamente, mas foi óptimo.

Pantin parecia um point break neste evento, que onda te ajudou a preparar para aquelas condições?
Não houve assim nenhuma onda em especial, eu cheguei cedo e estive a semana toda a treinar lá. Mesmo nos beach breaks mais ao lado as ondas estavam muito parecidas e no fundo só entrei na sexta, estive desde segunda a treinar, o que me deixou super à vontade com aquelas ondas, são condições que gosto muito e onde me sinto bem.

Como foram as medidas implementadas nesta prova devido ao Covid, alguma digna de nota?
As medidas são bem diferentes daqui, uma pessoa tem que ter máscara o tempo inteiro na rua, tínhamos que ir de máscara até entrarmos dentro de água. Guardávamos a máscara dentro do fato e mal saímos tinhas que voltar a meter.

Entretanto estavas à porta do top10 do QS, sentias que este poderia ser o teu ano?
Eu acho que todos os anos eu senti que podia ser o meu ano. Realmente este eu comecei bastante melhor e agora é esperar mais um ano, esperar que as coisas voltem a acontecer e voltem mais ou menos à normalidade para poder dar tudo outra vez!

Quais são os teus objectivos para este ano?
Para este ano sinceramente não tenho objectivos nenhuns. É mais tentar manter o ritmo e o surf, continuar a treinar. Eu adoro competir e este ano realmente não temos competições, é o que é. Assim aproveito para estar mais com a família e amigos e fazer coisas que eu geralmente não tinha tempo para fazer.

 

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