Em 78 edições de revistas ONFIRE é difícil dizer qual terá sido a melhor capa, já que houve várias que na minha opinião se destacam. Mas se houve uma capa que reflectiu o posicionamento da ONFIRE como nenhuma outra, foi a edição 63, lançada em Junho/Julho de 2013.

Tudo começou com um anuncio que vi na televisão durante uma sessão de  zapping pelos canais da tv cabo. Uma mulher passeava por um cenário com um frame gigante e fez-se luz, porque não fazer algo semelhante? Mais tarde reparámos que a Stab tinha feito uma capa parecida, mas com uma logística diferente e um orçamento completamente absurdo para a nossa dimensão. A nossa versão foi mais simples, mas mais “ONFIRE”.

Pedimos aos nossos parceiros do Culto da Imagem para nos produzirem dois frames em PPA e requisitamos a ajuda de um super talentoso membro do nosso staff, o fotografo Carlos Pinto, para fazer a sessão enquanto que o nosso colega Nuno Bandeira “White Flag” ficaria responsável pela captação de vídeo, e também pela organização deste “evento”. Contratámos também as talentosas Mariana e Pureza para um dos trabalhos mais duros de todo o projecto, segurar os frames o dia todo, algo muito mais trabalhoso e cansativo do que aparentava ser.

 

 

Depois convocámos os mais talentosos surfistas da “próxima” geração e, apesar de três grandes nomes, Frederico Morais, Zé Ferreira e Nicolau Von Rupp se encontrarem fora do país, conseguimos juntar um “team” de luxo, com Vasco Ribeiro, Francisco Alves, Miguel Blanco, Tomás Fernandes, Eduardo Fernandes e Pedro Boonman, um grupo que nunca mais conseguiríamos juntar com tanta facilidade. Com um deadline a aproximar-se e uma flatada épica a caminho, apontámos para o Pico da Mota, em Peniche, onde uns dias antes se tinha realizado uma etapa da Liga MEO com ondas boas e, para nossa surpresa, antes das 9 da manhã já todos tinham chegado à praia.

 

 

O desafio era simples, quem conseguisse enquadrar o melhor momento dentro de um dos frames “ganhava” a capa, mas todos estavam praticamente garantidos no artigo dentro da revista. Não era um objectivo fácil, iria requerer uma grande manobra e alguma sorte para estar no sítio certo, apesar do Carlos Pinto mostrar toda a sua mestria ao deslocar-se do um lado para o outro, mantendo o surfista centrado e focado, um desafio que não era para qualquer um.

 

 

Na primeira sessão havia umas ondas de meio metro e muito rapidamente o “team” entrou no ritmo e começou a produzir-se boas imagens, enquanto que a meio da manhã já havia potenciais candidatas à capa. Todos tinham boas fotos, quando parámos para almoçar, mas Miguel Blanco e Eduardo Fernandes estavam claramente destacados, cada um com uma aéreo muito bem enquadrado.

 

 

Quando regressámos mais à tarde a maré tinha enchido bastante e as ondas piorado um pouco e quase se deu o dia por terminado mas um deles entrou e os outros seguiram-no. Vasco Ribeiro foi o último a entrar e tinha passado a manhã a fazer ondas cheias de manobras, sem momentos explosivos. Mas nesta tarde, mesmo pouco convencido com as condições, ligou os motores e começou a fazer bons aéreos, entrando assim na disputa pela capa. Ao fim de mais um par de horas a sessão terminou já com o Carlos e as nossas modelos completamente exaustos.

 

 

No dia seguinte as imagens estavam do nosso lado e Vasco, Blanco e Eduardo eram os grandes candidatos ao cover shot. Na época as redes sociais já começavam a ter expressão e os vídeos tornavam-se cada vez mais regulares mas fazer uma capa de uma revista de surf ainda era um ponto muito alto na carreira de um atleta, a par de uma vitória numa prova importante. As três imagens foram projectadas com o logótipo por cima e apesar de haver muita vontade de fazer a estreia de Miguel Blanco numa capa, já que Vasco e Eduardo já o tinham feito, o que é certo é que a imagem de Vasco Ribeiro tinha mais elementos a jogar a seu favor, acabando por sair como grande vencedora. Semanas depois a revista estava nas bancas, tendo sido uma das que mais sucesso teve apesar de muitos terem achado que era uma montagem em photoshop!

 

 

E modéstia à parte, ficou um impacto visual muito superior ao da Stab ( ;

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