Vivemos numa era em que se pode sonhar em surfar ondas de qualidade fora do oceano. As piscinas de ondas existem há quase um século mas foi mais ou menos nos anos 80 que se tornaram “surfáveis”.

No entanto, foi quando a WaveGarden, um projecto desenvolvido no País Basco, começou a fazer barulho com o seu protótipo que finalmente se viu potencial de surfar ondas “decentes” numa piscina. Aproveitando o estatuto de serem os primeiros no mercado, a WaveGarden é a tecnologia que tem mais projectos vendidos pelo mundo apesar destes ainda se contarem pelos dedos de uma mão.

Entretanto surgiu a Kelly Slater Wave Pool, um projecto que aproveitou toda a projecção do próprio 11x campeão do mundo e a sua ligação com a WSL para entrar nesta disputa. As ondas desta piscina eram/são claramente as melhores alguma vez criadas pelo Homem, mas também apresentam os seus desafios, como a dificuldade de aproveitar algumas das secções, algo que ficou visível até para aos melhores surfistas do planeta.

Seguiu-se o BSR Park, em Waco, Texas, que roubou muito do hype das outras tecnologias pelo seu potencial a nível de surf progressivo, entrando directamente para a lista dos players nesta difícil e superlotada disputa.

Outros projectos foram aparecendo, como por exemplo uma imitação chinesa do tecnologia de Kelly Slater e o Surf Lakes, de Mark Occhilupo, que teve uma estreia muito fraca, com poucas e pequenas ondas a serem surfadas e uma peça importante a estragar-se depois de pouca utilização. Mas viu-se algum potencial nesse projecto, que fazia ondas para vários picos em simultâneo, com níveis de dificuldade diferentes. Eis que, meses depois desse flop, surge a segunda sessão de teste, com ondas já a apresentar mais tamanho e qualidade. Occy partilhou essa sessão novamente com o seu filho mais velho, Jay, e conseguiu fazer um bom tubo seguido de um forte carve, mostrando assim todo o potencial da Surf Lakes.

O grande desafio para qualquer das tecnologias está em angariar investidores dispostos a investir milhões em projectos que ainda não estão 100% “afinados”. Tanto os protótipos como as piscinas que já foram montadas têm tido diversos problemas técnicos ao longo dos tempos, obrigando a reparações com custos muito elevados. Também a energia gasta para criar cada onda face ao valor que se considera ser comercialmente viável de cobrar aos visitantes, tem afastado muitos potenciais investidores apesar de estarem constantemente a ser projectados novos “parques”.

Quem será a vencedora da “guerra das piscinas”?

 

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