Vencer no Championship Tour é o ápice da carreira de qualquer surfista profissional, com direito a lugar no Hall of Fame do nosso desporto. Ou não? Com os anos os surfistas vão caindo no esquecimento e, 9 anos depois da primeira lista a ONFIRE lança mais 5 nomes que obtiveram o sucesso máximo como profissionais e hoje em dia poucos se lembram deles…

Timmy Curran
Se já eras surfista nos anos 90 seguram conheces este nome, não pela sua competitividade mas pelo surf progressivo. Curran era uma das grandes estrelas do geração que ficou conhecida com os “pre-schoolers” ao lado de Kalani Robb e tantos outros, fazendo do alley oop, uma manobra pouco conhecida na época a sua marca registada. Na época do VHS, Curran era um daqueles nomes obrigatórios nos melhores filmes de surf e, claro, nas revistas. Depois de alguns anos a batalhar no circuito QS, Timmy qualificou-se para o Championship Tour e no seu ano de estreia, 1999, venceu duas etapas, o Japan Pro e o Lacanau Pro e terminando em 6º lugar no ranking. O futuro parecia promissor mas a partir daí Timmy “descarrilou”. No ano seguinte, que tinha 13 etapas, fez quatro 9ºs e um 5º lugar mas o resto foi 33º e 17ºs, falhando assim a qualificação para o ano seguinte. Em 2003 estava de volta ao CT, mas praticamente não passou do round 2, garantindo-se no tour via QS, repetindo a fraca prestação na temporada seguinte, com excepção de um 3º lugar em Fiji e um 9º em Pipeline, o californiano perdeu quase todas as primeiras de primeira. Depois de alguns anos a manter-se no activo como free surfer, protagonizando um dos primeiros legítimos backflips a serem captados em vídeo. Eventualmente largou o surf e dedicou-se à música, também com um sucesso bastante limitado. Curiosamente o seu irmão, Nathaniel, seguiu as suas pegadas, tendo passado também pelo Championship Tour mas não permaneceu muito tempo.

Andrea Lopes
Quando Portugal tinha Patrícia Lopes como representante nacional no circuito mundial feminina, o Brasil tinha Andrea Lopes, que conseguiu “furar” o top16 algumas vezes durante os anos 90. Eventualmente Andrea teve alguns problemas de saúde e largou o tour, mantendo-se mesmo assim activa nos circuitos brasileiros. Em 1999 recebeu um convite para competir no Rio Surf Marathon e fez a primeira vitória feminina de uma wildcard no circuito da WSL (na época ASP). Lopes bateu surfistas como Trudy Todd, Lynette MacKenzie, Yvonne Rogencamp e a surfista mais dominante da época, Layne Beachley (2x), para se encontrar com uma jovem Keala Kennelly na final e vencer. Foi um momento que marcou a sua carreira e o próprio surf brasileiro mas que entretanto caiu no esquecimento…

Trent Munro
2005 Foi também o primeiro e único ano que em que um surfista ganhou a mais antiga prova do tour, o Rip Curl Pro Bells Beach, a surfar para a esquerda. A falta de ondas em Bells obrigou a que a prova fosse deslocada para Woolamai Beach, em Phillip Island, onde os melhores surfistas do mundo encontraram boas esquerdas de meio a um metro. Trent Munro era conhecido pelo seu hack (um snap poderoso) de frontside, mas o seu backside estava perfeito e facturou a segunda vitória da sua carreira, batendo Andy Irons na final. Antes disso Trent tinha triunfado vencendo uma das 5 etapas realizadas no ano dos atentados de 11 de Setembro, o Rio Surf Internacional, no Brasil. O aussie venceu também várias etapas “prime” no circuito QS mas eventualmente saiu do tour. Actualmente o australiano divide o seu tempo entre a gestão da sua escola de surf e as viagens regulares para locais como a Indonésia mas caiu bastante no esquecimento fora do seu país.

Keanu Asing
O pequeno havaiano ainda se mantém minimamente relevante no surf profissional, tendo-se reformado do tour no ano passado, mas mantendo-se bem ligado à indústria com o papel de team manager global da Billabong. Mas poucos se lembram que esteve no Championship Tour e venceu uma etapa. O ponto forte o seu surf é o backside, e no último dia do Quiksilver Pro France de 2016 Asing encontrou esquerdas bem à sua medida para bater dois surfistas que estava a disputar o título, Gabriel Medina e John John Florence. Os astros nunca mais se alinharam para Keanu, que mesmo assim não conseguiu a qualificação para o Championship Tour nesse ano, voltando, mesmo assim, alguns mais tarde, um regresso que também foi breve.


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