Imagina que estás em 2007/8 e que te pediam para fazer uma previsão de acontecimentos prováveis para os próximos 10 anos. Aqui estão 5 (de 10) apostas que talvez não fizesses…
Que um português fosse campeão Nacional, Europeu e Mundial sem patrocínios…
Com o fenómeno “Morangos com Açúcar”, uma telenovela que lançou a moda do surfwear para um público mais transversal. as marcas de surf estavam em alta e os patrocínios não faltavam. Até que entrou a crise e o mercado começou a fazer um sério downsizing. Mesmo super talentos, como Vasco Ribeiro, encontraram-se sem patrocínios o que explicou que em 2014 o surfista de São João do Estoril tenha facturado os três títulos mais importantes da sua carreira, o de campeão da Liga MEO (o seu 3º), o de Campeão Europeu da WSL (o primeiro desde Tiago Pires em 1999) e o de campeão mundial júnior. Ainda mais improvável é que fosse uma marca portuguesa, a Deeply, a contratar o único campeão mundial de surf português.
Que John John Florence um dia fosse (bi)campeão mundial…
Tanto talento na época era desviado para carreiras de free surfers que era mais provável que fosse essa a direcção da esperança havaiana. Além disso, ainda não se verificava que este haole do North Shore se fosse tornar no sucessor a Kelly Slater. Foi recentemente que tudo aconteceu, JJ encontrou o seu ritmo competitivo e limpou dois títulos de seguida e, apesar de agora tudo parecer previsível, há muito pouco tempo não o era.
Que o Brasil quebrasse a barreira do título mundial 2 anos de seguida and counting…
Nesta época já Adriano de Souza se fazia parte do Championship Tour mas parecia destinado a falhar, como muitos outros. Os surfistas brasileiros estiveram presentes no CT desde o início, mas tinham dificuldades em manter o rendimento em condições diferentes. Ainda nos anos 90 Fabio Gouveia entrou no top5 e Victor Ribas no top3 mas foi só a partir de 2011, com a entrada da #brazilianstorm, que se pôde sonhar com um título. Gabriel Medina deitou a baixo todas as barreiras em 2014, Adriano aproveitou o embalo e venceu em 2015 e algo nos diz que a década não acaba sem mais um título “verde e amarelo”.
Que Portugal se tornasse um dos grandes destinos de surf a nível mundial…
As ondas já estavam cá, tal como a cultura, a comida e tudo mais que faz do nosso “cantinho” tão especial. Mas faltavam algo que levasse as nossas ondas no mapa. A notoriedade que Tiago Pires ganhou nessa época ajudou enquanto que o regresso das provas do Championship Tour, a aposta do Turismo de Portugal na divulgação da costa portuguesa nos grandes mercados e o mediatismo das ondas na Nazaré fizeram uma grande diferença. Hoje em dia quando se fala em Portugal, fala-se de um dos melhores destinos de surf do planeta.
Que um dos maiores ícones do surf mundial iria falecer no seu auge…
Andy Irons foi o adversário mais duro que Kelly Slater encontrou até hoje. Os dois disputavam títulos etapa a etapa e previa-se uma longa e duradoura rivalidade. Até que, num fatídico dia de Novembro, em 2010, AI regressava sozinho de uma prova em Puerto Rico e no caminho parou em Dallas, Texas, para recuperar, falecendo sozinho num quarto de hotel durante a noite.
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