Será que o maior pesadelo de um team manager é perder um grande surfista na “véspera do sucesso”? É relativo dizer que um surfista só teve sucesso a partir de uma certa fase já que, para ser patrocinado, já terá tido bons momentos. Mas, mesmo assim, alguns team managers devem ter ficado a “coçar a cabeça” com o sucesso dos seus patrocinados depois de mudarem de marca!
Fica com uma lista de alguns dos mais berrantes exemplos de mudanças de patrocínios na “véspera do sucesso”…
Kelly Slater da OP/Rip Curl para a Quiksilver
Kelly Slater era a grande esperança norte-americana e andava sempre na cola do então melhor surfista de todos os tempos, Tom Curren. Depois de ser patrocinado pela Sundek e mais tarde pela O’Neill, Kelly passou a ter exactamente os mesmos patrocínios que Curren, OP/Rip Curl e Channel Islands (pranchas). Durante algum tempo chegou a ser “free agent” até fechar a 100% com a Quiksilver. Em menos de um ano estava no recém formado WCT da ASP (actual CT da WSL) e no seu primeiro ano a sério no tour foi campeão. Slater ficou mais de 20 anos na marca e foi 11x campeão pela Quiksilver, que entretanto se tornou na maior marca de surf da história. Muito desse sucesso é creditado a Kelly Slater, algo que potencialmente poderia ter sido capitalizado pela OP (mais sobre esta marca AQUI)…
Shane Dorian da MCD/Body Glove para a Billabong
Shane Dorian era o típico surfista em ascensão que “penou” nos primeiros anos da sua carreira. Nos seus tempos como patrocinado pela More Core Division (MCD), uma divisão da Gotcha, Dorian mudou-se da Big Island para o North Shore de Oahu onde passou muito tempo a comer massa com esparguete a todas as refeições. Dentro de água, principalmente em ondas pesadas, Shane já dava que falar mas havia dúvidas sobre até onde iria chegar. Foi preciso o seu grande amigo Ross Williams, que já estava na Billabong há alguns anos, falar com a marca dizendo que se fosse preciso aceitava uma redução no seu contrato para aceitarem Dorian na equipa. Se houve redução ou não, não se sabe, mas os dois fizeram carreira na Billabong, até Ross sair do team. Já Shane continua como figura de topo dentro deste gigante do surfwear pois, depois de sair do CT, tornou-se num dos maiores big wave riders da história.
Rob Machado da Quiksilver/Body Glove para a Gotcha
Rob e Kelly não chegaram a estar na Quiksilver juntos, mas quase. De facto, Machado ainda apanhou a altura que a Quiksilver não fazia fatos de surf, enquanto que Slater apanhou os primeiros anos da “secção” wetsuits da marca. Foi por muito pouco que os dois não usaram a mesma marca e no vídeo que contribuiu em muito para a ascensão desta geração, Rob ainda tem algumas ondas a surfar com o logótipo da Quiksilver. O seu percurso na Gotcha foi duradouro, tendo saído apenas numa fase em que a marca tinha sido vendida, ou estava em vias de ser vendida, ao grupo Perry Ellis, o que eventualmente ditou a sua saída do surf.
Menção honrosa
Vasco Ribeiro da O’Neill para a Quiksilver
Numa escala mais pequena mas bastante expressiva para Portugal, Vasco Ribeiro foi outro surfista que mudou de patrocínios na “véspera do sucesso”. Desde muito novo patrocinado pela O’Neill, Vasco já era apontado como um grande talento mas ainda não tinha explodido fora do nosso país. No entanto, tal como os seus treinadores já o tinham feito, a Quiksilver reconheceu o seu potencial e ofereceu o maior contrato de sempre para um surfista de 14 anos em Portugal. Foi com essa marca e apoio que realmente começou a dar cartas a nível europeu e mundial, tendo inclusive sido vice-campeão do mundo da ISA durante essa fase. Curiosamente quando conseguiu os seus melhores resultados, o seu 3º titulo da Liga MEO Surf, o título Europeu Pro-Junior e Mundial Pro Junior, Ribeiro não tinha patrocínios, sendo mais tarde contratado por uma marca lusa, Deeply, onde se encontra até aos dias de hoje.
Mais “Grandes mudanças de patrocínios na “véspera do sucesso” brevemente AQUI!
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