A dois dias do começo do Renault Porto Pro, segunda etapa da Liga MEO Surf, é palpável o entusiasmo crescente entre os melhores surfistas portugueses pela iminente viagem ao Norte para a principal competição de surf nacional.

A começar já esta sexta-feira e a acontecer até Domingo, na Praia Internacional do Porto, esta etapa adivinha-se como uma das mais interessantes a seguir em 2017, não só pelo que as estatísticas nos dizem (quem aqui ganha muitas vezes acaba por se sagrar campeão nacional meses mais tarde), mas também porque o nível de surf na região nunca esteve tão alto.

Marcelo Martins, parceiro local do evento através da Onda Pura, dá um exemplo concreto: “Neste passado fim-de-semana, fizemos mais uma etapa do regional de apuramento norte dos escalões até sub-18. Bateram-se recordes de inscritos e o nível foi muito forte, o que é o melhor indicador de que o surf no Norte tem estado a crescer, nomeadamente nas camadas mais jovens. São números que já se equiparam aos da Grande Lisboa.”.

David Raimundo, treinador de surf a nível nacional e internacional, vive no Porto há cerca de seis anos e concorda com a visão de Martins. “A diferença que vejo desde que vim para o Porto para agora é que o número de surfistas é completamente diferente, houve um crescimento enorme. E a acompanhar este crescimento, houve uma grande melhoria do nível de surf dos jovens surfistas no Porto”.

E as explicações para este crescimento? “O número de horas que passam dentro de água é muito superior ao que via quando cheguei. O facto de aparecerem algumas escolas a trabalhar de segunda a domingo, janeiro a dezembro, com uma metodologia correta, tem contribuído em muito para que o nível de surf destes surfistas tenha melhorado. Acima de tudo, é maior qualidade de trabalho e mais número de horas dentro de água”.

Marcelo Martins, destaca ainda o papel de algumas referências locais que, com os seus currículos, deram o exemplo. “Houve aqui alguns talentos e atletas de referência, nomeadamente, o João Guedes, que é ex-campeão nacional. Mas também o Manuel Centeno, que, mesmo sendo bodyboarder, tem vários títulos que merecem destaque. Mas, acima de tudo, a especialização dos grupos de trabalho e dos técnicos que vão sendo cada vez mais e melhores. Isso vai fazendo a diferença e os resultados vão aparecendo.”.

Para David Raimundo e Marcelo Martins, a presença da Liga no Porto é, também ela, um fator que puxa pelo desenvolvimento do surf na região. “A Liga traz ao Porto aquilo que o surf nacional tem de melhor” explica Marcelo, acrescentando que é “a hipótese que os mais novos têm de ver surf ao mais alto nível e se motivarem com isso. Isto contribui para terem mais motivação para continuar a trabalhar e atingir esse nível”. Raimundo acrescenta ainda que “o surf e a Liga têm um impacto mediático já muito grande. Muitas vezes, é através destes eventos que alguns pais querem que os seus filhos tenham um primeiro contacto com o surf. Há um conjunto de fatores que na minha ótica são muito positivos. Da mesma maneira que as provas do Circuito Mundial são importantes acontecerem em Portugal para os surfistas portugueses, estas são provas também são importantes para os surfistas locais”.

Convidados a apontar alguns dos nomes locais que mais sucesso têm tido nos últimos tempos, o de Salvador Couto salta à vista e o Raimundo explica porquê: “o Salvador tem sido aquele que mais se tem destacado, não só por ter sido campeão nacional sub-16 em 2016, mas também pelos resultados que tirou na Seleção, onde foi vice-campeão europeu a nível coletivo e 3º individual”. Outros nomes que Marcelo e David apontam como sendo alguns que, mais recentemente, têm trazido destaque para a região, são os de Gonçalo Magalhães, José Maria Bruschy e Catarina Beirão, para além do incontornável João Guedes.

Enquanto membro da geração mais nova de surfistas locais, Salvador Couto, 17 anos, atesta aquilo que David e Marcelo afirma. “A Liga MEO Surf é determinante para o Porto. Não é todos os dias em que podemos ver o Tiago Pires ou o Vasco Ribeiro a surfar aqui no Norte. É ótimo para analisar o surf deles para poder seguir os mesmos passos” afirma.

Passos que o jovem surfista poderá vir a querer seguir já este fim-de-semana: “[Nesta etapa] acima de tudo melhorar a minha prestação para subir de ranking na prova e mostrar do que sou capaz. Quero pensar heat a heat e ir com calma, sem pressões. De resto, partilhar as mesmas ondas com os grandes nomes do surf, e que muito me serviram de inspiração, é sempre um privilégio e tenho a certeza que esta experiência vai-me permitir crescer imenso enquanto atleta”.

Noutra oportunidade dos mais jovens experimentarem o que é a Liga MEO Surf, já são conhecidos alguns dos nomes que vão entrar em ação no MOCHE Groms Cup, liderados pela cascalense Francisca Veselko, de 13 anos. “Estou super entusiasmada por poder participar e por ser da família Moche, isso dá-me uma extra motivação. Estou muito ansiosa por poder voltar a competir no Moche Groms Cup, desta vez no Porto! Espero poder mostrar todo o meu potencial.” Para além de Veselko, os surfistas já confirmados incluem as meninas Matilde Passarinho e Concha Balsemão, os locais Filipe Cruz e José Bruschy, e ainda Afonso Antunes, João Vidal, José Champalimaud, Santiago Graça, Martim Van Zeller e Joaquim Chaves.

Especial atenção ainda para o MEO Rip Curl Fantasy, cuja abertura para participação está iminente, estando apenas dependente do fecho das inscrições para o Renault Porto Pro. Caso queiram habilitar-se a ganhar um relógio Rip Curl Search GPS, o ideal é manter um olhar atento em http://www.ansurfistas.com/fantasy/ até às 23h59 do primeiro dia de prova.

 

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