O dia 3 do Pro Santa Cruz presented by Oakley começou pelas 10 horas, com ondas bastante semelhantes às do dia anterior. As esquerdas foram a escolha maioria dos competidores, que aproveitaram para se manterem no pico e escapar à forte corrente.
No primeiro heat do dia viu-se uma forte disputa pelo primeiro lugar entre dois “Migueis”, Pupo, um ex-top do CT, e Blanco, o único surfista luso no top50 do QS. O brasileiro acabou por vencer mas Miguel Blanco mostrou mais uma vez um backside bem afiado e muita atitude em algumas secções pesadas, passando num sólido segundo lugar.
Pouco tempo depois, no heat 4, surgiu uma surpresa. Um surfista do Algarve, Francisco Duarte, que ainda não tinha competido nesta prova por estar na lista de alternates conseguiu uma vaga, entrando directamente no round 4. “Xico” tinha como adversários três brasileiros, apesar de um, Santiago Muniz, competir pelo país dos seus pais, a Argentina. Foi uma bateria equilibrada e Duarte mostrou potencial de passar, mas ficou a faltar apanhar ondas com mais secções, acabando a precisar de apenas 4.11 para segundo lugar.
Horas depois foi à água um heat com três portugueses, Frederico Morais, Afonso Antunes e Luís Perloiro, e ainda um nipónico, Keijiro Nishi. Frederico abriu com duas ondas rápidas, a primeira de 6.17 e a segunda, uma esquerda com pouco potencial mas que lhe rendeu mais 3.67 pontos e uma liderança sólida. O japonês também começou a “trabalhar” cedo na bateria, com algumas rasgadas, abrindo com uma nota e 4.10, passando a ocupar o 2º lugar. Luís e Afonso logo de seguida apanharam algumas ondas e foi Perloiro quem se saiu melhor, com um snap forte numa onda de set, para receber 3.60 e passar para segundo lugar.
Entretanto Keijiro voltou a atacar com uma onda semelhante à sua anterior, voltando ao segundo lugar e deixando Perloiro a precisar de uma nota de 4.93. Afonso entrou na disputa com uma nota de 3.1, graças a um forte snap de backside, mas a onda não deu para muito mais e o requisito para segundo já era de 5.43 pontos. Depois Luís apanhou a onda que lhe poderia ter dado o segundo lugar, uma esquerda rápida mas com duas boas secções. Infelizmente a primeira manobra não foi expressiva e, mesmo compensando com um bom carve na segunda, só recebeu a nota de 4.07. Kikas com facilidade fez mais uma nota alta e disparou na liderança, deixando Nishi a precisar de 8.24 para segundo, enquanto que Perloiro precisava de 4.96 e Antunes de 5.93. A situação não mudou e, entre os lusos, apenas Morais seguiu em frente.
No heat seguinte estava Pedro Coelho, que vinha de duas vitórias nas fases anteriores, contra um top do CT com raízes em Portugal, Kanoa Igarashi, o campeão do circuito Pro Junior Europeu de 2017, Kauli Vaast e Tuji Nisho, do Japão. Coelho abriu uma onda com duas manobras fortes mas apenas recebeu a nota e 3.17 enquanto que Kauli abriu começou com uma onda na “casa” dos 4 pontos. Kanoa fez o que se esperava, uma primeira onda com um batidão impressionante de backside, passando para a liderança e, quando fez a segunda onda, com duas batidas “upside down” destacou-se na frente com uma liderança que seria suficiente para passar o heat, mesmo que não fizesse mais qualquer onda.
Perto do fim Pedro passou para segundo e fortaleceu a sua posição com uma direita com um forte snap e uma manobra arriscada na junção, aumentando o requisito para 3.19 no caso de Vaast e 5.03 para Nishi. A poucos minutos do fim Yiji apanhou a sua segunda onda e apesar de a ter surfado bem ficou a quase um ponto da nota que precisava enquanto que Kauli tinha prioridade e usou-a numa direita. O francês deu uma boa batida e uma manobra na junção que poderia não ter sido considerada como completa. Os júris acharam que Vaast efectivamente seguiu na manobra e o campeão Pro Junior acabou por avançar, deixando Coelho de fora por muito pouco.
Pedro Henrique competiu poucas horas depois, no heat 12, contra Bino Lopes, Luel Felipe e Thiago Guimarães. Luel liderou praticamente toda a bateria, enquanto que o surfista de Cascais esteve sempre em segundo. O seu surf compacto mas poderoso encaixou bem nas esquerdas e quando terminou uma onda com um reentry pesado na junção praticamente garantiu a sua posição na fase seguinte. Ao longo do heat “Pedrinho” conseguiu melhorar o seu back up e garantiu-se na fase seguinte.
Logo de seguida foi a vez de Tomás Fernandes mostrar o seu backside e, com um par de notas 4.87, graças a duas esquerdas bem trabalhadas, liderou quase todo o heat. Leonardo Fioravanti, que no ano passado fazia parte do Championship Tour, foi quem mostrou mais potencial de assegurar a segunda posição e com uma direita com um grande snap e uma manobra a soltar as quilhas na junção conseguiu chegar perto de Tomás. Marcos Correa e Eithan Osborne pareciam ser “cartas fora do baralho” mas no fim do heat foram bem sucedidos. Correa foi o primeira a arriscar tudo num air reverse de frontside, e quando acertou passou para primeiro, empurrando Fernandes para segundo. Pouco antes do toque final foi a vez de Eithan fazer o mesmo, mas o seu aéreo foi ainda melhor e, com uma nota de 7.77, passou para primeiro, deixando Marcos em segundo, Tomás em terceiro e Leonardo em quarto.
Para o próximo dia de prova ficam três portugueses, Miguel Blanco, Frederico Morais e Pedro Henrique, três nomes que prometem fazer grandes estragos. Acompanha a evolução desta prova em directo AQUI!
Heats com surfistas portugueses
Round 5
Heat 2 | Miguel Blanco x Gatien Delahaye x Ramzi Boukhiam x Santiago Muniz
Heat 4 | Shane Sykes x Maexime Huscenot x Rafael Teixeira x Frederico Morais
Heat 5 | Kanoa Igarashi x Marc Lacomare x Samuel Pupo x Pedro Henrique
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