Depois de um dos calls mais madrugadores da história do MEO Pro Portugal presented by Rip Curl, o primeiro heat entrou na água pelas 7 da manhã em ondas de meio metro bem “glassy” em Supertubos.
A sequência de prova lembrava a estreia do Championship Tour em Peniche, em 2009, ano em que a prova andou até às meias finais em Supertubos pesados, deixando, por falta de tempo, os heats finais para o dia seguinte, algo que se repetiu em 2022.
Esperava-se uma repetição da final feminina da etapa portuguesa de 2010, Carissa Moore VS Stephanie Gilmore. Desde esse confronto Carissa já conquistou 5 títulos mundiais, e Steph juntou mais 4 aos três que já tinha, o que fazia destas surfistas as claras favoritas. No entanto, as suas adversárias tinham outros planos e num confronto apertado Lakey Peterson eliminou Steph e Tatiana Weston-Webb bateu Moore, ambas por menos de um ponto de diferença,
Muita história havia também entre os competidores da primeira meia final masculina, uma repetição da final de 2015, a primeira para Ítalo Ferreira mas que foi vencida por Filipe Toledo. Desde aí Ferreira já venceu a prova portuguesa duas vezes e, claro, um título mundial, enquanto que Toledo já ficou várias vezes a duas baterias ou pouco mais de vencer o seu primeiro título mundial. O confronto prometia e foi Ítalo quem começou melhor, com um aéreo reverse de backside impressionante, com direito a prancha vincada e uma nota de 8.83 pontos. Seria de pensar que, com tanto tempo pela frente uma prancha “fresca” nos pés, Ferreira iria acertar mais um grande voo e dominar o heat mas não conseguiu acertar outro aéreo. Toledo respondeu na mesma moeda, com vários aéreos altos, para passar para a frente e, eventualmente, garantir a sua presença na final.
A segunda meia final foi mais “mellow”, mas o grande favorito era claramente o bicampeão mundial John John Florence, que conquistou nesta praia em 2016 o seu primeiro título mundial e a vitória na etapa. Griffin Colapinto nunca tinha passado das meias finais no Championship Tour e, neste confronto, estava um pouco mais solto que o havaiano, vencendo o heat mesmo não mostrando o seu melhor surf.
A final feminina foi um clássico confronto goofy VS regular, Brasil VS EUA. Lakey Peterson liderava as “stats” em heats man-on-man, 6 vitórias contra 3 de contra Tatiana Weston-Webb. Para a californiana estava também em disputa a lycra amarela, que seria sua se vencesse esta final. Foi um heat muito disputado, com a liderança a alternar algumas vezes até que Tatiana, a precisar e 6.94, encaixou duas manobras fortes numa esquerdas, a segunda um snap a soltar as quilhas, para receber 8 pontos e deixar Peterson a precisar de uma nota de 8.16 pontos. Lakey não baixou os braços mas simplesmente não conseguiu virar o resultado a seu favor, mesmo tendo enchido uma esquerda de manobras perto do fim. Com o resultado Tatiana Weston-Webb sobe 10 posições no ranking, passando de 14º para 4º.
Depois desta vitória brasileira, Filipe Toledo parecia inspirada para fazer o mesmo, mas tinha pela frente um duro adversário em Griffin Colapinto, que procurava aqui a sua estreia nas vitórias. Griffin é um dos grandes nomes do surf norte americano da actualidade, e tem regularmente companhia de Filipe Toledo no line up quando está em casa, já que Toledo emigrou para San Clemente com a família há alguns anos. Com a maré já a fugir esperava-se um airshow entre estes que são dois dos surfistas mais progressivos do tour mas, mesmo com alguns aéreos pelo meio, as principais notas foram disputadas na parede. A 10 minutos do fim, Griffin precisar de 7.5 pontos para passar para a frente quando apanhou a sua melhor onda até aí, uma esquerda que abriu bem e lhe permitiu algumas manobras fortes, recebendo 7.67 pontos para agarrar a liderança. Ambos ainda pontuaram mas no fim Toledo acabou a precisar de uma nota de 6.82, um requisito que não conseguiu preencher, o que deixou a vitória com Griffin Colapinto.
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