No quarto dia do Reef Hawaiian Pro o mar baixou bastante, o que não beneficiou os surfistas portugueses em prova. Zé Ferreira estava no primeiro heat do dia e abriu bem a sua prova com uma nota de 5.77, graças a algumas manobras fortes no lip. Mas a partir daí a bateria não correu bem pois o surfista do Guincho não conseguiu “atinar” em mais nenhuma onda e foi eliminado juntamente com Yadin Nicol por Fred Patacchia e Adam Melling.

E foi num registo semelhante que perdeu o segundo português a competir neste dia, Nicolau Von Rupp. O surfista da Praia Grande manteve-se bastante activo no seu heat mas não conseguiu escolher as melhores ondas e no fim precisava de 8.13 para superar Adrian Buchan e Joel Centeio, já que Dusty Payne parecia estar num campeonato à parte e venceu com larga distância dos seus adversários.

Vasco Ribeiro, Frederico Morais e Tiago Pires entraram um pouco depois em heats consecutivos. Ribeiro foi o primeiro a entrar e adoptou a técnica da bateria anterior, apanhando várias ondas logo no início do heat. Mas nesta bateria apareceram poucas ondas boas e o português não estava com prioridade quando elas apareceram. Os goofies Travis Logie e Matt Wilkinson capitalizaram cedo na bateria deixando Vasco a precisar de uma nota alta. O momento de viragem poderia ter sido quando Ribeiro apanhou a sua única onda de set e apesar de ter dado algumas manobras fortes foi visível que eram pouco arriscadas e os júris “penalizaram-no” com uma nota mais baixa do que se esperava. No fim Vasco precisava de uma nota de 9.60 mas não apareceu qualquer onda com potencial e foi também eliminado, juntamente com Connor Coffin.

Também Tiago Pires teve o mesmo destino, apesar de ter ficado muito perto da qualificação. Um forte carve no outside, seguido de duas combinações paulada e snap deram-lhe uma nota de 8.5, a melhor do heat. Mas Wade Carmichel e Adam Melling foram mais consistentes e garantiram duas notas sólidas cada um. No final Tiago apenas precisava de um onda de 5.7 mas não viu nada com esse potencial até ao fim e acabou eliminado.

O único que se escapou a esta “razia tuga” foi Frederico Morais, que competiu no heat entre Vasco e Tiago contra Torrey Meister, Keanu Asing e Owen Wright. A grande surpresa da bateria foi Meister que aproveitou o vento favorável para dar grandes aéreos e assim disparar na liderança. O segundo lugar foi bastante disputado e Morais, graças a uma primeira onda forte, ocupou essa posição durante bastante tempo. No entanto, no fim era Owen quem se estava a qualificar. O último set foi decisivo pois todos apanhar ondas que entraram nas suas melhores. Kikas escolheu bem a sua e deu um grande carve, seguido de uma batida forte e de um tail slide para receber 7.27, uma nota suficiente para “salvar o dia” para a armada lusa e avançar.

O seu heat dos quartos de final teve poucas ondas surfadas mas nas suas duas últimas Morais mostrou-se bem “soltinho”, surfando Haleiwa como se fosse o seu “homebreak”. Depois de várias batidas e snaps conseguiu o segundo lugar, atrás de Adam Melling mas à frente de mais dois tops do WCT, Michel Bourez e Matt Wilkinson. Nas meias finais Frederico repetiu a dose, mostrando potencial de chegar a mais uma final no Havai. A poucos minutos do fim encontrava-se em quarto lugar a precisar da nota de 8.3 para passar. Apanhou uma onda muito rápida mas conseguiu fazer um forte carve seguindo de um grande aéreo reverse acertado sem grandes dificuldades. Mas os júris não lhe deram a nota que precisava, pontuando 0.3 abaixo do que precisava, o que culminou na sua eliminação.

À final chegaram Adam Melling, Jeremy Flores, Dusty Payne e o grande destaque de todo o campeonato, Julian Wilson. Julian parecia estar num nível à parte e no primeiro terço do heat a vitória aparentava estar garantida pois deixou todos os seus adversários em combinação. Uma das suas ondas foi “cravada” do início ao fim o que lhe deu 9.03 pontos e um aéreo gigante deu-lhe mais 9.67. Mas havia um perigoso “dark horse” nesta final, Dusty Payne. O havaiano do Kauai está fora do WCT e este ano, tirando um 5º lugar no WQS de Pipeline, não tinha tirado qualquer resultado que lhe desse indicação de que ainda tinha algo a dizer na sua carreira competitiva. Mas em menos de 4 minutos apanhou duas “bombas” e destruí-as por completo, virando o heat a seu favor. Julian não conseguiu responder e terminou em segundo lugar, seguido de Jeremy e Adam!

A Vans Triple Crown of Surfing segue agora para Sunset, para o Vans World Cup of Surfing, entre 24 de Novembro e 6 de Outubro!

Comentários

Os comentários estão fechados.