Timmy Patterson está de volta. O shaper californiano tem passado no nosso país todos os anos de modo a abastecer os quivers de muitos surfistas portugueses. A ONFIRE visitou-o na fábrica da Polen e ficou a saber todas as novidades sobre este que é apelidado de “o guru” pelos outros shapers!

Timmy, tens feito muitas mudanças nos teus shapes ou o foco tem sido em refinar o que já tinhas desenvolvido no passado?
Tenho feito pequenas mudanças. Há tantos modelos bons que temos feito no passado, modelos com 10 ou 15 anos que sempre funcionaram bem. Team riders como o Ítalo e outros estão a usar e gostam por isso temos refinado esses um pouco mais. Estamos a meter mais espessura e mais foam no nose. E é isso, talvez mais um pouco de rocker no tail, eles funcionaram tão bem no passado que estou a tentar não mudar o que funciona bem!

Quais são os modelos de pranchas que tens produzido mais?
O “The Rising Sun” e o “Spud” têm saído muito, o “Scorpian” também, mas em geral temos feito os nossos modelos todos. O Ítalo, tem servido de referência para surf high performance, e para as nossas step ups, para o Havai, temos trabalhado muito com o Gavin Beschen. Ele tem muita experiencia nos picos onde toda a gente quer surfar e é a nossa referência nesse tipo de pranchas.

O que estão a pedir os surfistas portugueses em termos de modelos?
Muitas “Spud”, algumas “Ítalo” e outros que já tínhamos feito cá como o “XXX“. Esse é um modelo antigo mas foi refinado para o tipo de surf feito actualmente.

Fala-nos da tua ligação com o Ítalo Ferreira…
Ele é um ser humano incrível. Humilde e agradecido. Com ele estamos a usar uma tecnologia nova chamada Varial Foam e está a gostar muito. É algo novo para nós este ano. A prancha típica dele é 5’9” x 18 ½ x 2 3/16, com tail round ou squash. As pranchas maiores dele são semelhantes, talvez uma polegada ou duas maiores.

Há quanto tempo estão a trabalhar juntos?
Há muitos anos, desde os seus 13 anos. Ninguém sabia quem ele era e eu dizia às pessoas para o verem surfar porque ele é diferente. Teve um ano incrível, surfa com power e manobras modernas. Ele está muito contente e é muito agradecido por estar ali, a competir contra os seus heróis. E reflecte-se no seu surf.

Quantas pranchas é que um surfista desse calibra recebe por ano?
Fazemos algumas no Brasil e outras na Califórnia mas acho que passam por ele umas 80 pranchas. Há sempre uma, num grupo de 15, que é mágica e ele fica com essas.

A Stab recentemente fez um artigo em que indicou um modelo da Firewire, uma prancha sem nose desenvolvida pelo Daniel Thomson, como o mais vendido de 2015. Sentes que há procura para este tipo de prancha que é um shape bastante “alternativo”?
Nós fazíamos um modelo semelhante que os irmãos Fletcher gostavam, eles são skaters, foi assim que os aéreos começaram a aparecer. O pai deles, Herbie, surfa com o longboard de nose quadrado, eles sempre andaram com isso e nós sempre fizemos pranchas assim, não é nada de novo. Mas o marketing resulta (risos)!

Para terminar… vi uma prancha enorme shapeada por ti recentemente, fala-nos dela…
O Nic Lamb, da Califórnia, vem cá por isso fiz uma gun para ele, uma 10’6”. Gosto de fazer estas pranchas depois do trabalho, quando toda a gente se vai embora, aproveito para “sujar as mãos”. Dá muito prazer desenhar essas pranchas e saber que vai ser usada em ondas de 20 metros. Ele quer surfar na Nazaré, espero que se divirta (risos).

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