Assim como quem não quer a coisa, Miguel Blanco está a ter um ano excelente. O talentoso surfista da Linha do Estoril finalmente entrou no top100 do circuito de qualificação da WSL, cumprindo assim um objectivo traçado há algum tempo. Além disso venceu pela primeira vez na Liga MEO e produziu algumas imagens incríveis, algumas das quais ainda não foram lançadas. A ONFIRE trocou algumas palavras com ele para saber mais sobre o seu “mindset” actual…

Estás numa boa posição na disputa pelo título nacional, sabes o que precisas para te sagrares campeão?
Sinceramente não sei o que preciso mas pelo que ouvi só dependia de mim, se ganhasse era campeão nacional. É bom só depender de mim próprio e não dos resultados dos outros, portanto é chegar a Cascais e fazer o mesmo plano de sempre, fazer o meu surf e tentar elevar o nível. E claro, tentar lutar pelo título nacional.

Este ano poderá haver novamente uma separação entre campeão da Liga e campeão nacional. O que achas desta divisão? Achas que o título poderá perder visibilidade com esta divisão?
Acho que não se perde visibilidade, quem ganha a Liga MEO, para mim, é o campeão. Não interessa, se estás em segundo e recebes o título, acho que já não és campeão. Acho que quem merece é quem realmente ganhar a Liga, é o melhor do ranking.

Como avalias a tua prestação no circuito até este momento?
Foi pena ter perdido cedo na Praia Grande e a etapa da Figueira da Foz ter tido a data alterada, o que fez com que não tenha competido nela. Mas se calhar aconteceu porque tinha de acontecer, e é chegar a Cascais e dar o meu melhor.

Como se enquadra esta disputa nas tuas prioridades actuais?
Claro que ser campeão nacional era incrível e era um sonho realizado, mas a minha prioridade está mais nos QSs. Sempre que tiver a oportunidade vou fazer a Liga e quero estar cá para as etapas porque é um circuito nacional incrível, com boas condições, bom prize money e bom nível de surf. Acho que é das melhores ligas nacionais do mundo.

Estás a ter o teu melhor ano no QS mas o facto do seeding do ano passado só ter deixado de contar recentemente deixou-te fora de algumas etapas importantes. Que impacto teve isso no teu percurso?
Eu estou no top100, estou em 91º do QS, ou seja, tenho acesso à mesma a algumas etapas de 10.000 pontos da segunda metade do ano. Estou confirmado na de Ribeira e é jogar com essas oportunidades. Vamos ter agora também a perna europeia, com dois QSs 1.500, um 3.000, outro 1.500 e um 10.000 pontos, portanto muita coisa ainda vai mudar. O meu objectivo é garantir (presença nas provas QS 10.000 d)o Havai. Apesar de tudo, como não fui a Ballito e ao US Open, fui ao México, onde fiz um vídeo que lancei recentemente, e fui para a Indonésia, onde apanhei um dia histórico em Nias e produzi altas imagens.

Numa das etapas QS foste eliminado de forma algo polémica, podes contar o que aconteceu?
Foi no Chile, foi uma grande confusão. Eu achava que já estava nos quartos de final man-on-man e quando cheguei à praia disseram-me que me tinham tirado do campeonato devido a uma interferência que marcaram duas horas depois do heat ter acabado e que não tinha impacto nenhum durante o heat. Eles marcaram no fim então mudou o heat todo e eu tinha passado de 2º para 4º lugar. Foi duro, mas foi o que foi, é pena ainda acontecerem este tipo de situações numa liga profissional, mas faz parte.

De um modo geral como consideras que está a correr o teu ano?
Acho que está a ser sem dúvida dos melhores anos da minha vida, fiz uns resultados no QS no início do ano, fiz surf trips incríveis portanto está a ser um ano bem positivo, cheio de coisas novas. Tive bons resultados no QS, ganhei a minha primeira etapa da Liga MEO e quero continuar a levar o momento para a segunda metade do ano.

 

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