Foi perto das 8 da manhã que entrou o primeiro heat do Allianz Capítulo Perfeito, powered by Billabong. De imediato ficou patente que as condições não estariam na dimensão ou perfeição da edição do ano passado, apesar de haver boas ondas de metro e meio, com sets maiores, “on offer”.

Os surfistas encontraram algumas dificuldades em descobrir as “pérolas”, o que acabou de iludir quem procurava demais e não tentava garantir scores medianos, que seriam suficientes para passar quase todas as baterias. Mesmo assim Miguel Blanco, Bruno Santos e Filipe Jervis conseguiram vencer com boas médias e passaram directamente para o round 3. A qualificação de Jervis foi um dos momentos mais impressionantes da primeira fase pois, a minutos do fim, encontrava-se em quarto lugar. O seu ponto de viragem foi quando Francisco Alves, com prioridade, não viu potencial numa onda que passou por ele e Filipe com um bom tubo transformou-a na melhor nota do heat. Minutos depois deu mais um tubo, passando para primeiro lugar e eliminando um surfista que admira desde muito jovem, Cory Lopez, o ex-top3 do WCT.

As oportunidades dentro de água foram diminuindo à medida que o vento sudoeste foi entrando e os heats de repescagem foram muito difíceis. Que o diga João Guedes que não apanhou qualquer onda no seu heat. O surfista do Porto é um nome provado em ondas pesadas e tubulares e vendo as condições da sua bateria optou por esperar por uma onda com mais potencial que as que os seus adversários, Pedro Scooby, Alexandre Ferreira e Rodrigo Herédia apanhavam. O brasileiro Scooby conseguiu encontrar um onda boa e deu um grande tubo e Guedes, para passar a segundo lugar, apenas precisava de 4.06, algo que não aconteceu e foi Herédia quem avançou, com Alexandre Ferreira em 3º lugar.

João Kopke, com um tubo e algumas manobras fortes parecia ter um lugar assegurado no round 3, atrás de Cory Lopez que deu um grande tubo seguido de uma das suas rasgadas “trade mark”. Mas Francisco Alves fez uma recuperação “à la Jervis”, passando assim para primeiro lugar com um bom tubo, batendo Cory por pouco e eliminado Kopke e Edgar Nozes.

Ainda se realizaram mais dois heats, dos quartos de final, antes de parar a prova por influência do vento e da maré, que fez com que os tubos deixassem de existir. Tiago Pires, que partiu nesse heat a sua segunda prancha da prova, venceu com alguma facilidade sobre Miguel Blanco e Pedro Scooby, que foi assim eliminado.

O maior veterano do evento, Rodrigo Herédia, é também uma das maiores referências em ondas tubulares no nosso país nos últimos 20 anos. A sua experiencia local aliada ao seu faro para os tubos deram-lhe a vitória num heat de notas baixas, deixando o conhecido Bruno Santos em segundo e Alex Botelho em terceiro.

Por volta das 15 horas a prova voltou à água e ficou patente que a pausa foi uma excelente aposta da organização. O vento baixou e a maré acertou e o primeiro heat, terceiro da fase, teve mais acção.

Ruben Gonzalez passou a maior parte do heat a precisar de uma nota baixa para passar para posição de qualificação já que os seus adversários, Francisco Alves e Marlon Lipke, praticamente só fizeram manobras e o requisito era pequeno. Quando Gonzalez descobriu um bom tubo para a direita conseguiu a nota de 5 pontos e a liderança, deixando Lipke em 2º lugar e Alves eliminado.

Foi o heat seguinte que finalmente “pegou fogo”. Nicolau Von Rupp conseguiu o melhor tubo do campeonato até aí, recebendo a nota de 9 pontos. Filipe Jervis respondeu com outro bom tubo que lhe deu 7.25 pontos e um pouco mais tarde deu outro, com um grande aéreo no fim. Apesar de não ter sido completado, deu-lhe o back up de 5.75 e a liderança na bateria. Cory andou muito tempo dentro de uma esquerda, mas não conseguiu sair, ficando a precisar de uma nota excelente para chegar a um lugar de qualificação. A saída dos tubos estava difícil mas a mestria de Von Rupp permitiu-lhe “navegar” para fora de mais uma pesada onda que, seguida de uma boa batida, lhe deu 8 pontos e a média de 17, a melhor do dia. Jervis assim caiu para segundo lugar e Lopez ficou a precisar de uma combinação até ao fim.

O vento voltou a entrar, desta vez com a direcção de oeste, o que deteriorou mais uma vez as condições e a prova ficou novamente on hold. Horas depois saiu a surpreendente comunicação da organização de que a prova ficaria em stand by até á próxima terça-feira.

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Baterias das meias finais:
Heat 1 | Tiago Pires x Rodrigo Herédia x Miguel Blanco x Bruno Santos
Heat 2 | Ruben Gonzalez x Nicolau Von Rupp x Marlon Lipke x Filipe Jervis

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