A surfista portuguesa Marta Paço fechou com chave de ouro a participação portuguesa no ISA World Para Surfing Championship da Califórnia, ao vencer pela quarta vez consecutiva o título mundial da classe VI 1 para atletas cegas, batendo por larga margem as francesas Valentina Moskoteoc e Juliette Mas, mais a espanhola Carmen Lopez.
Marta Paço celebrou efusivamente esta conquista, comparando-a à primeira, há quatro anos: “Elas são todas diferentes, especiais à sua maneira, mas este foi um dos campeonatos em que me senti melhor, em que consegui surfar melhor e gerir melhor a ansiedade. Foi marcante como o meu primeiro título.”
Tiago Prieto, Selecionador Nacional de Para Surfing e treinador de Marta Paço, elogia a sua pupila: “Hoje vimos uma Marta mais madura, que controla melhor as suas emoções e que surfou muito bem. Isto é o concretizar do trabalho que temos feito durante todos estes anos.”
O técnico nacional acrescentou, em jeito de balanço do trabalho da Seleção: “Viemos com três atletas e levamos duas medalhas e um 9º lugar. Objetivos cumpridos, superando os resultados do ano passado. Gostaria de realçar que estas medalhas não teriam sido possíveis sem o apoio desta extensa equipa que vai além de mim e dos atletas e que sempre esteve unida em torno do sucesso comum.”
O líder desta comitiva e presidente da Federação Portuguesa de Surf, João Aranha, conclui: “A Marta conseguiu um feito histórico, alcançando o quarto título mundial e obliterando a concorrência. Foi a melhor maneira de terminar este ano com uma campeã, um vice e um nono mundial. Não temos uma equipa completa pelo que a classificação global da equipa não será a melhor. Concentrámo-nos nos objetivos individuais enquanto fazemos prospeção de novos talentos. Finalmente, gostaria de agradecer aos nossos patrocinadores que tornaram tudo isto possível.”
No dia anterior outro surfista português, Camilo Abdula, sagrou-se vice-campeão no ISA World Para Surfing Championship, na divisão Stand 1, perdendo por muito pouco (14.50 – 14.80) para o japonês Shingo Kato, o novo campeão mundial da categoria, numa bateria marcada pela escassez de ondas.
“Estive em terceiro na maior parte do heat, passei para segundo já perto do fim e não consegui o 6 que precisava para o ouro”, lamentou Camilo, confessando um misto de sentimentos: “Há o dever cumprido, mas também alguma frustração por não ter conseguido o ouro. Fundamentalmente, sinto-me feliz por ter trazido mais uma medalha para Portugal. Foi um ano difícil para mim em termos pessoais, mas esta medalha dá-me alguma felicidade.”
Recorde-se que Camilo Abdula foi quarto (cobre) em 2021, campeão mundial em 2022 e o ano passado arrecadou o bronze.
João Aranha, líder da comitiva nacional e presidente da Federação Portuguesa de Surf enquadrou esta sucesso:
“Foi uma bateria muito disputada, em que o Camilo lutou até ao fim, mas reconhecemos que é um resultado justo. Talvez se entrasse mais um set, o Camilo, que está a surfar muito bem, pudesse ter chegado ao ouro, mas é uma participação boa para o coletivo que está a melhorar os resultados do ano passado, com esta medalha e com o 9º lugar do Afonso Faria.”
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