Será o Lexus WSL Finals, a prova que decide os títulos mundiais, o evento de surf mais esperado do ano? Apesar do sucesso a nível visibilidade, é uma prova altamente contestada pelo publico em geral. Muitos põem em causa a justiça desportiva já que um surfista pode dominar por completo as provas que qualificam para este evento e depois perder o título numa onda que não se encaixa no seu estilo de surf.
Mas o que é certo é que mais uma vez a prova foi um sucesso e até os mais críticos mantiveram sempre um olho na acção. A prova feminina, intercalada com a masculina, foi talvez ainda mais impactante que a maior parte da masculina. Inicialmente o destaque foi Tatiana Weston-Webb, que descartou facilmente Molly Picklum e por pouco Brisa Hennessy. Já contra Caroline Marks, no que foi o primeiro confronto 100% goofy da história deste evento, a brasileira não conseguiu superar o surf mais dinâmico da campeã mundial e olímpica em título, ficando pelo caminho a um heat da decisão do título.
Os três confrontos entre Caroline Marks e a líder do circuito, Caity Simmers, foram alguns dos melhores heats do ano. Logo no primeiro Marks começou forte e Simmers acabou muito bem, passando para a liderança na última onda, que apanhou a 50 segundos do fim, deixando Caroline a virtualmente precisar de uma nota de 9.04 pontos na onda que apanhou a 5 segundos do fim. Depois de “demolir” a onda de ponta a ponta com um backside incrível, recebeu uma nota de 9.6 e saiu na frente deste confronto. No heat seguinte Caity “fechou a porta” cedo, com um par de 9’s, deixando Marks em combinação e a decisão para o derradeiro heat da época competitiva. Foi uma bateria de poucas ondas, apenas três, duas delas, um 6.33 e um 8.83 surfadas por Simmers, deixando Carloine a precisar de um 8 nos 20 minutos finais. Infelizmente para ela, mais nenhuma onda com potencial entrou e o título trocou de mãos, colocando Caity Simmers como a mais jovem campeã mundial de surf da história.
A prova masculina tinha começado com o confronto entre Ethan Ewing e Ítalo Ferreira e, apesar do australiano ter surfado muito, o brasileiro estava “on a mission” a pontuar alto com alguns aéreos impressionantes. Seguiu-se o que seria o heat menos disputado dos homens, contra Jack Robinson. À semelhança de Picklum na prova feminina, o surf de Jack não sobressai em ondas de tão pouca consequência, principalmente contra competidores do top5, e mesmo com alguns bons momentos não chegou aos 10 pontos de média e ficou pelo caminho. Depois foi a vez do “hometown hero“, Griffin Colapinto, tentar a sua sorte contra o momentum do brasileiro e, apesar de ter ficado perto, Ítalo virou com apenas uma manobra na sua última onda, o seu já clássico aéreo reverse.
Chegado à praia no 5º lugar do ranking, Ítalo Ferreira parecia pronto para conquistar o seu segundo título mundial e a segundos do fim do primeiro heat contra o líder ainda liderava. Mas faltava sair uma nota de John John Florence e quando saiu, um 8.33 a precisar de “apenas” 8.16, o havaiano arrancou na frente e, mais que isso, houve um switch no momenutm. Na sua primeira onda no segundo confronto John John deu o mais incrível snap layback do ano, a manobra que mais contou numa onda em que acabaria por lhe valer 9.7, ficando assim já com um pé no título. Pouco depois estava a fazer mais uma onda cheia de manobras e aí já não havia dúvidas, o título ia para o Havai. Com a vitória John John Florence entra numa “elite dentro de uma elite” de campeões mundiais da WSL com mais de dois títulos!
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