Com o round 3 terminado e a prova feminina despachada previa-se um grande final para o Rip Curl Pro Bells Beach. Tudo jogava a favor de uma finalização em grande pois havia tempo e boas previsões. E foi no nono dia que foi feito o call para avançar.
Em prova estava o único surfista luso do Championship Tour, Frederico Morais. O início do ano para a nova estrela do surf português não estava a ser brilhante para este surfista que, nas provas QS passou alguns heats mas não fez fases finais e nos dois primeiros CT’s apenas tinha passado um heat.
Mas via-se que o surf estava lá, como já se tinha visto nas três etapas em que participou como wildcard no passado e nas enumeras competições e sessões de free surf em Portugal. Apesar disso o Rip Curl Pro Bells Beach não começou da melhor forma para o surfista do Guincho, que tinha ficado em 3º lugar contra dois veteranos aussies, Adrian Buchan, o vencedor do heat, e Joel Parkinson.
No entanto, Morais redimiu-se nas fases seguintes, despachando dois grandes surfistas brasileiros, o mestre de estilo, Miguel Pupo, no round 2 com notas de 9.67 e 8.27, e o ex-campeão do mundo, Gabriel Medina, com uma média de 13.94.
Isso garantiu-lhe uma vaga no round 4, pela primeira vez este ano e a segunda na sua carreira. Os seus adversários nesta primeira bateria da fase eram Caio Ibelli e Owen Wright e a bateria prometia. Durante a sessão de free surf antes da prova começar Frederico sofreu um pequeno acidente no fim de uma onda. O leash esticou e a prancha voou de volta na direcção dele e acertou na sua cara, partindo inclusivamente a quilha. Isso obrigou o surfista português a sair da água e a visitar o posto médico do evento, onde a sua cara foi “colada” e foi-lhe dado o ok para competir, apesar de se sentir um pouco tonto.
Já com os três competidores na água, em ondas de dois metros com algum vento on-shore, a prova arrancou mas ao fim de poucos minutos parou devido ao nevoeiro. Uma hora depois os 3 estavam de volta no line up e quando o heat recomeçou Frederico foi o primeiro a abrir as hostilidades. Duas boas rasgadas, duas batidas no lip e várias manobras down the line deram-lhe a nota de 8 pontos. Na onda seguinte Ibelli deu algumas rasgadas fortes e conseguiu abrir com 7 pontos.
Na sua primeira onda de consequência Owen deu um snap bem no outside, seguiu-se uma forte batida e uma subida à espuma meio “rock&roll”, mas caiu na manobra seguinte, recebendo apenas 6 pontos. A onda seguinte foi de Kikas, que era ligeiramente mais pequena mas foi bem surfada com um bom snap e muitas batidas no lip, para garantir um back up de 7.5.
Owen e Caio fizeram mais algumas ondas, mas não conseguiram melhorar as suas posições e a 8 minutos do fim entrou um grande set que limpou o line up e “queimou” algum tempo. O brasileiro foi quem mais atacou o primeiro lugar e perto do fim surfou bem uma onda de set, mas os “bumps” da onda não permitiram que as manobras saíssem bem o suficiente para conseguir a nota de 8.5 que precisava.
Morais defendeu bem a sua posição com mais uma onda com fortes snaps e batidas mas não melhorou a sua pontuação. No fim Caio precisava de uma onda de 7.47 e conseguiu fazer a nota na última onda, empurrando Morais e Owen para o round (5) de repescagem.
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