A bicampeã nacional de surf em título, Carol Henrique, está a caminho da Indonésia, onde irá competir nos próximos dias nos trials do Bali Pro, a quinta etapa do Circuito Mundial de 2018 da World Surf League. Carol recebeu um convite do patrocinador para ir lutar por uma vaga para competir frente às melhores surfistas do planeta na onda de Keramas.
“Fui apanhada de surpresa”, começou por dizer-nos Carol Henrique, antes de apanhar o avião com destino a Bali. “Foi durante a etapa da Liga MEO Surf no Porto que a Hurley, que é a minha patrocinadora e também do campeonato, me disse que ia ter uma vaga nos trials. Parecia que nem estava a acreditar quando me disseram, mas fiquei muito contente. Foi uma surpresa boa. Isto é sinal que estão a reparar no meu surf e que o trabalho que tenho feito está a dar resultados”, frisou.
O Bali Pro, entretanto alterado para Bali Protected, em virtude da política ambiental que a WSL visa implementar com o evento, tem um período de espera que vai de 27 de maio a 9 de junho. Os trials deverão realizar-se na véspera do evento começar. Isto numa altura em que é esperado um grande swell em Bali.
“Para ser sincera ainda nem sei como vão funcionar os trials. Só sei que vou entrar e já tenho o bilhete na mão. Vai ser a minha primeira vez em Bali, pelo que ainda é tudo novo para mim. Sei que a onda de Keramas é uma direita com qualidade, que por vezes tem uma secção tubular e, por isso, estou muito entusiasmada com a oportunidade. Encaro isto, sobretudo, como um desafio. Quero poder evoluir o meu surf e desfrutar da experiência, mas também vou para tentar agarrar esta oportunidade com todas as minhas forças”, garantiu Carol.
Com apenas uma vaga disponível para enfrentar as 17 surfistas que compõe a elite mundial feminina, quem vencer os trials irá competir no heat 3 da ronda inaugural do Bali Pro. Isso significa que terá pela frente a australiana e seis vezes campeã mundial Stephanie Gilmore, além da norte-americana Sage Erickson.
“Entrar numa etapa do WWT seria um sonho e se tiver essa oportunidade não a quero desperdiçar. Enfrentar a Stephanie Gilmore seria perfeito, pois é uma surfista que idolatro. Claro que também gostava de enfrentar outras surfistas que admiro, como a Carissa Moore ou a Lakey Peterson, mas a Stephanie Gilmore é especial”, admitiu.
Caso consiga superar os trials com sucesso, a campeã nacional tornar-se-á na primeira surfista portuguesa a competir numa etapa do Women’s World Tour da WSL fora de portas, depois de Teresa Bonvalot ter participado como wildcard na etapa portuguesa, que entretanto saiu do calendário da presente época, durante os últimos cinco anos.
“Sinto que no ano passado poderia ter entrado na etapa portuguesa e isso, por sua vez, poderia ter aberto algumas portas nesta fase da minha carreira. Tenho pena de nunca ter competido na etapa portuguesa, sobretudo por ser nas ondas do Guincho, mas a vida é mesmo assim. O importante é não desistir, pois quando se fecha uma porta outra se pode abrir”, rematou a bicampeã nacional em título.
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