Vencer no WCT é o equivalente a entrar no “hall of fame” do nosso desporto. No entanto, no meio de tantas etapas e tantos anos de tour, alguns nomes acabam por cair no esquecimento. A ONFIRE escolheu 5 surfistas que venceram na elite e que hoje em dia não são conhecidos do público.

Parte 1

Johnny Boy Gomes | 1997 | Chiemsee Pipe Masters

Num ano em que o circuito chegou ao Havai sem grande emoção, já que Kelly Slater tinha conquistado o seu 5º título mundial duas etapa mais cedo (na Figueira da Foz), o Chiemsee Pipe Masters seria uma etapa sem grande história caso não tivesse acabado com dois finalistas tão surpreendentes. Johnny Boy, “havaiano” descendente de açorianos e transformado em bad boy do North Shore, já tinha vencido provas no Havai mas raramente conseguia a qualificação para o Pipe Masters. Esse ano venceu os trials e tratou de arrasar com os top44, batendo Slater duas vezes e anda Shane Dorian, Kalani Robb, Kaipo Jaquias e Pat O’Connell. Na final encontrou Mike Ho, que tinha vencido a prova 15 anos antes, em 1982. Mike optou por surfar as direitas do backdoor enquanto que Gomes apontou para a esquerdas de Pipe e venceu. O seu reinado como surfista de ondas pesadas acabou uns anos mais tarde quando picos como Teahupoo, entre outros, começaram a dar que falar e sem “à vontade” que tinha no Havai começou a perder destaque, até que desapareceu por completo dos line ups do North Shore.

Beau Emerton | 1999 | Billabong Pro (Gold Coast, Austrália)

O australiano Beau Emerton foi apontado desde novo como um dos grandes talentos do seu país e depois de dominar os escalões juniores qualificou-se para o WCT, onde esteve durante 8 temporadas. E, apesar de ter acabado no top16 várias vezes, nunca foi um sério candidato ao título, excepto durante algumas semanas em 1999. Depois de conseguir o seu sexto título mundial Kelly Slater começou a sua “pré-reforma” nesse ano, competindo apenas em alguns eventos, onde se incluía o Billabong Pro. Mas, apesar de ter batido Dave Rastovich no round 2, Slater (na altura namorado de Pamela Anderson) retirou-se do evento por “razões pessoais”. Assim a etapa e o tour ficou um pouco “vazio”, já que o surfista que tinha dominado em 7 das 8 últimas temporadas estava finalmente ausente. E foi Beau que inicialmente preencheu o vazio, batendo Nathan Webster na final. Mas a sua “era” durou pouco e duas etapas depois era o “grom” Taj Burrow quem liderava o circuito mundial, seguido de Mark Occhilupo, que acabou por se sagrar campeão mundial. Por sua vez Beau saiu do WCT, engordou uns valentes quilinhos e aceitou um trabalho na industria, que ocupa até hoje.

(Menção Honrosa)

Richard Marsh | 1992 | Yoplait Reunion Pro (Ilha Reunião)

Poucos se lembram hoje que o treinador de Frederico Morais, e do team Billabong, foi top do WCT e venceu eventos. O seu melhor momento foi no ano em que o circuito fez a transição para WQS e WCT, já que antes desse ano havia apenas um circuito e etapas com menos e mais pontuação. “Dog” teve uma semana iluminada nas esquerdas de Saint Leu, Ilha Reunião, passando por uma lista de “pesos pesados” do circuito até chegar à final. O seu heat mais acessível foi no round 3, contra Greg Anderson. Depois bateu Dave Macauley nos oitavos de final, Vetea David nos quartos de final, Kelly Slater nas meias finais e Sunny Garcia na final. Nesta época, de mudança de guarda, a liderança no World Tour de Shane Herring começava a emagrecer enquanto que Slater crescia a cada etapa, acabando por se sagrar campeão mundial uns meses mais tarde. Marsh ainda ficou no tour mais alguns anos e mesmo quando saiu manteve-se na indústria do surf. Hoje em dia é um dos mais respeitados treinadores de surf do mundo.

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