O que há em comum entre o surf, o skate e as motas? Bem… entre o skate e o surf é fácil, se calhar as motas vêm baralhar um bocado, ou até talvez não. Quem anda de mota sabe que há uma coisa que é comparável ao surf, a liberdade! O vento na cara, as linhas que desenhamos na estrada , o facto de não termos de estar com grandes conversas, a adrenalina e a velocidade são pontos comuns com o surf e o skate. Para este conjunto ter mais lógica, há uma marca Portuguesa que junta estas 3 maneiras de estar na vida na perfeição… A Maria Riding Company.

 

 

A Maria é conhecida pelas suas customizações de motas, mas tendo num dos seus mentores um surfista da Ericeira, era um caminho natural até eles chegarem às pranchas de surf e ao skate. Foi exactamente com esse intuito que arrancámos 2 dias para Sul para fotografar e testar os skates e as pranchas e claro… admirar as suas obras de arte de duas rodas.

 

 

Como apenas um dos membros da Maria faz surf, convidámos o Tarik (surfista old school e apaixonado por ondas grandes, além de ser uma referência no Ashtanga Yoga em Portugal e no mundo) para surfar com a Single Fin shapeada pelo não menos conhecido Mica Lourenço.

 

 

Arrancámos ao nascer o dia, num dia que prometia muito calor, pelo menos para quem ia de carro (o meu caso) mas quando nos encontrámos em Setúbal para apanhar o ferry, já o Luís e o Rui batiam o dente de tanto frio que tinham apanhado desde Lisboa, nada a fazer e siga para a Casa da Luz, um simpático alojamento local na zona de Milfontes, que foi a nossa base durante estes 2 dias.

Primeiro check matinal e o nevoeiro era tanto que inevitavelmente as caras eram de decepção, eu pelo contrário adorei… a mística do nevoeiro era incrível e uma coisa era certa, não íamos ter aquele contra luz tramado da hora de almoço.

 

 

Subimos e descemos dunas, andámos e andámos até que descobrimos um pico sem ninguém, não estava épico mas estava divertido. A luz estava do outro mundo, parecia que estava em estúdio a fotografar e as fotos das pranchas ficaram qualquer coisa…

 

 

Primeira surfada dada e rumámos ao interior, havia que experimentar os skates nas longas e intermináveis estradas alentejanas, ao mesmo tempo queria ouvir o roncar das meninas por aquelas estradas fora.

No interior descobrimos um velho armazém de taipa, parecia que estávamos a entrar num filme com rasgos de luz a atravessarem as naves do armazém de um lado ao outro, foi sol de pouca dura mas bem aproveitado. Uns minutos mais tarde entraram nuvens e estava na hora de voltarmos para o litoral. Entre cascatas e plantações de milho, descobrimos o sítio para o nosso fim de tarde. Um pôr do sol daqueles incríveis, típico de Setembro, duas motas e um campo de futebol pelado fizeram as nossas delicias, slides para um lado, slides para o outro e o primeiro dia estava cumprido, era hora de um belo peixe e descansar a ver o que o dia seguinte nos ofereceria.

 

 

No dia seguinte o mar caiu um pouco, mas nada que impedisse o surf, fomos ter com o Tarik ao malhão e estava aquele meio metro coca-cola, água quente de Setembro e pouca gente. Fizemos um surf engraçado e arrancámos directos à descoberta de uma onda que tínhamos visto no dia anterior. Nada sabíamos dela e revelou-se bem mais difícil do que parecia cá de fora. Era uma espécie de slab, com rochas por tudo o que era lado… Bastou picar um pouco o Rui e lá foi ele, o visual era lindo por isso valia o risco, as ondas que apanhou é que nem por isso, mas ter saído sem arranhões da água já foi uma vitória.

 

 

Agora restava-nos voltar a casa, eu em 4 rodas eles em duas rodas. Nas nossas cabeças iam os visuais que curtimos em 2 dias, a riqueza que o nosso país tem e acima de tudo as alternativas que existem para surfar sem crowd nem atropelos, basta seguir o instinto e ver onde vão dar as estradas 😉

 

Comentários

2 comentários a “#BackToThePast | O projecto “Maria Riding Company” | By André Carvalho”

  1. RC diz:

    Odemira é um concelho incrível!