Desde muito novo o australiano Jack Robinson foi considerado como um dos mais talentosos surfistas do planeta. Mesmo tendo crescido longe da indústria do surf, no Oeste da Austrália, o seu reconhecimento internacional surgiu cedo e com apenas 13 anos de idade a Quiksilver mais uma vez ganhou o “leilão” entre as grandes marcas de surf para o manter como patrocinado e o juntar ao seu grupo de Young Guns, que incluía os actuais tops do CT, Mikey Wright, Leonardo Fioravanti e Kanoa Igarashi, entre outros.

 

 

Apesar da sua diminuta dimensão, e mesmo contando com um bom repertório de manobras progressivas, Jack era destaque em ondas pesadas, algo que deve à zona onde cresceu, um local cheio de point breaks tubulares e slabs. Em Maio de 2012, com apenas 14 anos, fez a capa de uma das grandes revistas da época, a Transworld Surf, uma honra única para um surfista da sua idade.

Mesmo tendo recebido alguns wildcards para provas importantes desde muito novo, o seu percurso competitivo enquanto júnior foi pouco impressionante, com poucas vitórias e sem qualquer presença digna de nota em eventos como o World Junior Championship da WSL e mundiais júnior da ISA. Para muito isso seria meio caminho andado para ser esquecido pelo publico e patrocinadores mas verificava-se algo especial em Robinson e em 2014 foi a Billabong que ganhou a acirrada disputa para ocupar o nose da sua prancha.

 

 

Desde aí até recentemente Jack apenas se focou em continuar a evoluir como surfista e a lançar alguns vídeo que mantiveram vivo o seu hype, até estar pronto para novos desafios. Foi em 2018 que se viu algum foco no circuito QS, com uma vitória numa prova de 1.500 pontos e presença via wildcard em etapas de 10.000 pontos. No Havai Robinson precisava de dois pequenos milagres para se qualificar e mesmo não tendo conseguido mostrou facilidade em conseguir resultados na mais difícil arena competitiva.

Na temporada de 2019 Jack já garantiu dois resultados fortes, uma vitória no QS 3.000 de Pipeline e um 3º lugar no Burton Automotive Pro. De maior valor que os 3.550 pontos que recebeu em Newcastle, este surfista de 21 anos mostrou que também é forte em ondas pequenas e fica com o resto do ano para conseguiu mais três resultados. Mais que um candidato ao CT, Robinson é um potencial candidato ao título mundial, apesar do seu CV competitivo não o indicar como tal.

 

 

 

No entanto o seu percurso é formidavelmente semelhante ao de um surfista que hoje em dia é considerado por muitos como o melhor do mundo, John John Florence. O prodígio havaiano também não teve uma carreira júnior impressionante, apesar de ter mostrado grande promessa nas provas realizadas nas ondas pesadas do Havai. Tal como Jack, John John durante muito tempo só apresentava vitórias em ondas tubulares e muitos duvidavam da sua capacidade de sobreviver às ondas do QS, o que o deixava distante de um dia conseguir um título mundial.

Curiosamente o ano em que quebrou essa barreira começou de um modo muito semelhante ao de Robinson, com uma vitória no Volcom Pipe Pro. Foi em Portugal que conseguiu o seu segundo resultado sólido, um 3º lugar no Quiksilver Pro Portugal em Ribeira D’Ilhas, seguido de mais uma final nas melhores condições de sempre da prova seguinte, o Ballito Pro. Anos mais tarde vieram os títulos mundiais, algo que poderá também estar reservado para Jack Robinson.

Mas primeiro terá de superar o desafio mais imediato, a qualificação para a elite do surf mundial…

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