Vivemos uma época que irá deixar marcas em muitos sectores durante muito tempo, possivelmente décadas, e a industria do surf não é excepção. Antes da pandemia muitas das maiores marcas de surf estavam a renegociar com grande parte dos seus patrocinados, uma situação que só se agravou no decorrer de 2020. Muitos surfistas profissionais têm a sua profissão em risco, sendo obrigados a reinventarem-se ou mudarem forçadamente os seus percursos.

Um dos mais marcantes despedimentos foi o do francês Joan Duru, que até dezembro de 2019 estava no Championship Tour da WSL. Joan fez parte, como a grande maioria dos mais talentosos “groms” europeus, da equipa Quiksilver, até ser “libertado” perto do fim da sua carreira júnior. Em janeiro de 2010 Duru assinou com a Volcom e surfou pela marca por 10 anos, até que, algures durante a época do confinamento deixou de usar o autocolante e, mesmo sem ter feito qualquer tipo de comunicação sobre o seu despedimento, tornou-se visível que tinha acontecido. Curiosamente a sua namorada, Maud le Car, também fazia parte da equipa Volcom e, pelo menos para já, mantêm-se.

Ramzi Boukhiam é o melhor representante de sempre do surf marroquino, tendo ameaçado a qualificação para o CT logo em 2012, quando venceu uma prova de 6 estrelas em Zarautz. Desde aí este poderoso goofy tem estado sempre no top100 do QS, alguns anos perto da qualificação, outros não tanto. Este ano Ramzi parecia estar de volta à disputa por uma vaga na elite graças a uma vitória no Oi Hang Loose Pro Contest, no Brasil, a quarta da sua carreira. Infelizmente o seu contrato com a Quiksilver chegou ao fim e não foi renovado. Sobre o assunto, Boukhiam publicou o seguinte post no seu perfil de instagram: Foram 16 anos memoráveis, mas todas as coisas boas chegam ao fim. Infelizmente, com a pandemia em andamento, eles (NR: Quiksilver) decidiram me soltar. Mas olhando para o lado positivo das coisas, sou grato por estar saudável, mais forte e mais motivado do que nunca. Estou pronto para tudo o que a vida tem a oferecer. Um pensamento muito especial vai para o saudoso Pierre Agnes, que sempre me ajudou e apoiou. Muito obrigado ao meu irmão Miky Picon por tudo que ele fez e seu apoio ininterrupto.

Também em Portugal começam a surgir alguns despedimentos. Francisco Alves representou a Mike Davis, uma marca com uma leve mas longa ligação ao surf, no início de 2018 mas a parceria não sobreviveu à época do Covid-19.

Uma nota positiva surge dos Estados Unidos da América. Alex Knost deixou de pertencer a uma equipa da qual fazia parte desde o início da sua carreira da RVCA mas entretanto fechou um contrato “da cabeça aos pés” com a marca que já o calçava, a Vans. Quem também deixou de fazer parte da RVCA foi o free surfer australiano Jay Davies, que entretanto fechou com a marca de fatos West Suits mas continua com o bico da prancha “desocupado”.

Mais novidades em breve…

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