Fazer parte do Championship Tour, e permanecer lá, é um dos desafios mais duros que um surfista profissional poderá enfrentar. O circuito é o mais competitivo no nosso meio e as variantes são muitas, desde condições diferentes a países e fusos horários sempre a mudar. Frederico Morais foi apenas o segundo surfista português a qualificar-se para esta elite do surf mundial e, logo no primeiro ano, fez questão de quebrar mais algumas barreiras. Mas não se ficou por aí, 2017 foi também o ano em que lançou o seu próprio projecto, a escola “The Blue Room Surf Feeling School by Frederico Morais”. A ONFIRE foi saber mais sobre este projecto e alguns temas actuais do nosso “internacional”
Porquê uma escola de surf, e porquê no ano em que te qualificaste para o CT?
O projecto já estava na minha cabeça há um tempo, a ideia era ter um negócio com os meus melhores amigos, mas não queríamos uma escola profissional. O projecto tem na sua base a experiência, o contacto com o surf, com o mar. As aulas em grupo e a sensação de se conseguirem pôr em pé em cima da prancha. Todos são campeões!
Na sua essência, o que tem de diferente das outras?
Não se trata de uma escola profissional de surf, mas sim uma surf feeling school. Promovemos o espírito de equipa e o contacto com o mar, acima de tudo. O respeito pela natureza. Se no meio de todos estes exemplos surgir uma vontade de prosseguir e ir mais além, óptimo, mas esse não é o objectivo. Por outro lado queremos ser um prolongamento de casa, podem ficar na escola depois das aulas, a nossa escola tem um espaço físico, onde podem estar, estudar, ver televisão.
Ao contrário do que seria de esperar, tens dado muitas aulas de surf. Essa dedicação fazia parte dos planos desde o início?
Sim, em tudo o que faço gosto de estar presente, de participar, principalmente tratando-se de um projecto de surf. Sei que os miúdos querem estar comigo e eu adoro estar com eles, ouvi-los , vê-los todos contentes. Gosto mesmo.
Como fazes para gerir os compromissos que tens além do surf competitivo e ainda arranjar tempo para dar aulas?
Tento ter tudo muito organizado, quando chego já sei à partida como vão ser os meus dias, está tudo calendarizado. É a única forma, hoje em dia, tenho mesmo poucos dias em casa, ou porque as viagens são longas, ou porque gosto de treinar antes, a verdade é essa.
Assumindo que dás aulas por prazer, o que esse contacto acrescenta à tua vida?
Dou mesmo por prazer, porque me sinto bem e faz-me bem. É incrível ver as reacções das pessoas. O facto de estar num momento de descontracção também me dá prazer.
Que formatos têm os potenciais alunos que queiram ter aulas na escola?
Temos aulas individuais, aulas de grupo e/ou clínicas. Há quem queira algo mais regular, outros querem festas de anos, outros já têm um grupo fixo e vêm as mesmas aulas. O importante é que há cada vez mais pessoas a querem fazer surf e não são só miúdos, adultos também. (Fica a saber mais sobre as clínicas AQUI, inscrições já abertas)
Voltando à tua carreira no Championship Tour, a tua perna australiana foi muito parecida, em termos de resultados, à de 2017, o que retiras “campanha” de 2018?
Foi um bom começo de ano, semelhante ao do ano passado. Sai da Austrália na 14º posição. Gostava de ter melhorado o meu resultado em Margaret River mas foi um campeonato onde nada correu como planeado e única coisa a fazer é seguir em frente e continuar a trabalhar. Estou cheio de vontade para as próximas etapas!
O que achaste sobre o cancelamento da prova de Margaret River?
Não me cabe muito falar sobre este assunto uma vez que eu já não estava a competir nem presente. Mas se os surfistas não se sentem confortáveis em surfar e a sua segurança esta em risco, acho que foi uma boa decisão.
Como foi a experiência de surfar na piscina de ondas? Era tudo o que imaginavas, melhor ou pior?
A piscina foi uma grande aventura. Adorei surfar na piscina, uma onda super divertida mas com as suas manhas. Tudo depende muito do timing. Como disse num post, é a Dysneyland para surfistas.
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