Esquecendo um pouco notas e vitórias, a ONFIRE tirou algumas conclusões sobre ao OK Fiji Pro e o ano competitivo em geral…

Alguns competidores que estavam mais para baixo no ranking vão se encostar a Frederico Morais. A prova começou bem para o português. De facto o ano começou bem para Frederico Morais que em todas as etapas, menos em Margaret River, passou pelo menos uma bateria em cada. Pode parecer pouco mas a diferença entre ter 25ºs e 13ºs é enorme a nível de pontuações. Uma derrota no round 2 apenas oferece 500 pontos, que é a mesma pontuação que a WSL atribui numa falta de comparência por lesão. Já no round 3 (13º lugar) a pontuação passa para mais do triplo, 1.750 pontos. Um competidor não se qualifica nos 22 primeiros do ranking com 13ºs lugares mas são a pontuação mínima que precisam para não ficarem dependentes de “milagres” para se manterem no tour. Um bom exemplo disso foi Keanu Asing que, além de uma vitória, um 9º e um 13º, só tinha 25ºs e acabou fora do circuito. Frederico conseguiu escapar a algumas das maiores armadilhas do tour, o Brasil, com um 13º e mesmo em Fiji, onde tem pouca experiência. Aliado ao 5º lugar que tirou em Bells, Morais deveria sair dos trópicos com um lugar sólido nos 22 primeiros mas a sua posição acabou de enfraquecer ligeiramente. Isto porque Bede Durbidge, por exemplo, acabou de empatar com o surfista do Guincho, assumindo que não passa mais qualquer heat em Fiji. Outros como Ian Gouveia, que também empata com Frederico se passar mais um heat, pareciam estar a ficar para trás mas recuperaram bastante nesta prova. Stu Kennedy, Joan Duru e Leonardo Fioravanti estão a dar cartas nesta prova e tornam-se mais perigosos se continuarem a ganhar momentum. Mas há boas notícias também, segue-se Jeffreys Bay, uma etapa que promete ser boa para o nosso surfista. E o mesmo se pode dizer para as etapas de Trestles, França e Portugal…

John John mostrou o seu ponto fraco. Quem se lembra que havia algum favoritismo para o wildcard quando Florence e Frederico Morais se defrontaram no round 3 do MEO Rip Curl Pro Portugal de 2016? A prova realizava-se nas esquerdas no Point Fabril e enquanto que o backside de Kikas se encontrava bem “sharp”, alguns dos que são mais próximos do havaiano consideravam esse heat muito perigoso e respiraram de alivio quando ele apanhou uma bomba com secções bem verticais para soltar bem o seu surf e vencer o heat. Mas, na etapa anterior, em esquerdas moles em França, Keanu Asing foi claramente superior a Florence e venceu o seu heat a caminho da vitória. Claro que Asing também bateu Gabriel Medina, mas contra o brasileiro foi mais uma questão de estratégia que superioridade. Agora em Fiji John John não encontrou tubos e o seu surf de backside em ondas mais mellow claramente não estava tão sólido como nas outras áreas do seu surf mostrando talvez o único ponto fraco do seu repertório.

O “Calcanhar de Aquiles” de Kelly Slater é real. Quando em 2013 lançamos a “tese” de que KS era mais vulnerável contra rookies e wildcards tínhamos noção também de que, o facto de estar sempre em primeiro lugar ou lá perto fez com que tenha competido mais contra esses estreantes que a média. Mas o 11x campeão do mundo já não se encontra nesse tipo de posições e o que é certo é que foi eliminado pelo rookie Connor O’Leary. Podes ler o artigo completo sobre o “Calcanhar de Aquiles” AQUI!

Connor O’Leary já pode começar a pensar seriamente no título de rookie do ano. Com uma turma tão sólida de rookies, poucos apontavam para este underdog como principal candidato mas o que é certo é que O’Leary tem surfado como um veterano, não tem 25ºs lugares no seu somatório e já vai para, pelo menos, mais um 5º lugar e uma posição no top10, ou bem lá perto.

Gabriel Medina já precisa de “dar corda nos sapatos”. O ex-campeão mundial é dos raros surfistas que pode, de repente, ligar os motores e fazer vários resultados fortes consecutivos. No entanto, menos que isso poderá já não ser suficiente para chegar a Portugal na disputa. O vencedor desta etapa em 2014 e 2016 sai de Fiji com um 13º lugar e com apenas uma prova boa em cinco, o terceiro lugar na Gold Coast.

Afinal Matt Wilkinson é o real deal? O australiano já tinha mostrado bom surf no passado mas, depois de alguns anos quase a cair do tour, já se tornava difícil de acreditar que um dia fosse passar a disputar o título. No ano passado Wilko teve um arranque de ano mágico e liderou o circuito durante várias etapas mas parecia ser mais um fluke, um rasgo de inspiração que foi espremido até onde deu até que os big boys começaram a ganhar ritmo e o aussie acabou por cair para 5º lugar no ranking. Mas o que é certo é que em 2017 Wilkinson está a conseguir segurar a sua posição. Antes de Fiji encontrava-se em 5º lugar no ranking e se vencer a etapa recupera a lycra amarela…

Acompanha a evolução desta prova em directo AQUI!

Comentários

Os comentários estão fechados.