Ano após ano, o Prio Softboard Heroes tem-se tornado num evento essencial do verão português. A liderar este evento está um nome que dispensa apresentações, Tiago Pires. Falámos um pouco com este ícone do surf nacional para

Tiago, com mais ou menos ondas, o Prio Softboard Heroes melhora ano após ano. Podes fazer um balanço final do evento?
O balanço é sempre positivo quando fazemos algo que gostamos e ainda por cima estamos a contribuir para uma causa nobre, ao ajudar instituições neste caso a sobreviverem e a fazerem as respectivas missões. Ficamos sempre preenchidos e por isso o PRIO Softboard Heroes acaba por ser aquele evento onde passamos um dia especial. Por um lado é um dia em que estamos relaxados e divertimo-nos tanto e temos tempo para falar uns com uns outros, coisa que não acontece muito em eventos. Por outro, lá está, estamos a ajudar estas instituições, que tanto carecem de apoio, a nossa missão é ir contribuindo ao máximo. Este foi um ano mais desafiante em termos de ondas mas, mesmo assim, fazer um evento no Oeste, escolher um dia para o fazer nunca é uma coisa pouco arriscada, por isso acho que saímo-nos muito bem.

Quais foram para ti os pontos altos?
Os pontos altos foram sem dúvida a boa disposição de todos os surfistas, de todos os envolvidos e dos próprios patrocinadores que vieram à praia. Acho que todos eles vêm e quando entram no recinto sentem uma energia muito positiva. Boa energia e uma boa disposição que acaba por se irradiar por todo o evento, por toda a estrutura, a preencher o coração de todos neste dia. Sem dúvida que esse foi ponto alto.

Quais foram as principais mudanças?
Não houve muitas mudanças, tirando os surfistas e as instituições. Estamos a falar já de 20 novos players. Houve pequenas mudanças como a introdução da roda da sorte, que impedia os surfistas de poderem escolher a sua softboard ao contrário dos últimos dois anos. Quisemos apimentar um pouco mais a coisa e introduzir este factor mais disruptivo ainda. Tivemos também um grande artista, o street artist Gonçalo Mar a fazer uma pintura ao vivo e foi por aí.

Como foi a parte de selecção de surfistas para o evento?
A escolha dos surfistas é sempre um grande desafio porque nós não queremos repetir. Ou seja, já vamos com 48 surfistas escolhidos em três anos. Doze desses 48 são figuras públicas que fazem surf, que é sempre um núcleo mais restrito, mais pequeno, portanto está cada vez mais difícil de arranjarmos figuras públicas que surfem bem. Em relação aos surfistas mais profissionais, como o caso dos juniores, as mulheres e os homens, tem sido sempre muito gratificante perceber que todos eles acedem ao nosso convite, sempre que têm disponibilidade, e vêm pro bono e com muito boa vontade.

O que podemos esperar para a quarta edição?
Ainda é um pouco cedo para responder a isso. Tenho que passar por um período de introspecção e análise deste evento. Mas a vontade de continuar a o evento é grande. A vontade dos parceiros também. Vai ser mais complicado continuar a convidar surfistas de alto gabarito, como tem acontecido, mas também há sempre surfistas novos a surgirem e há possibilidade também de abrirmos mais um bocadinho essas portas ao evento. Está muito em cima da mesa e em breve teremos uma noção mais sólida em relação ao futuro.

Depois de tantos anos como competidor, como te sentes no papel de organizador? E podemos esperar uma evolução para competições mais “competitivas” ou tencionas manter este registo?
O evento nasceu de uma necessidade de nós levantarmos o moral das pessoas da indústria do surf, que estava super em baixo logo após o covid. Nunca foi o nosso intuito tornar o nosso evento uma coisa muito performance mas sim um dia fun onde haja claro, um bom nível de surf também. Acaba sempre por haver muito nível de surf, como houve este ano. Há sempre a garantia de estarmos a ver mestres a deslizar em cima de pranchas um bocado diferentes. E não sei, vamos pensar. Vamos ter que mastigar um bocadinho o que aconteceu nos últimos três anos. Sem dúvida que teremos que ir dando novos ares ao evento, isso faz parte também da nossa vontade, nem que sejam pequenas coisas mas sim, introduzir novos pequenos formatos e surpresas.

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