Ao fim de 24 horas de muito “sofrimento”, depois de ter perdido no round de 16 do Bom Petisco Peniche Pro, Francisco Ordonhas pôde respirar de alívio, pois sagrou-se campeão nacional de 2025 ao vencer a Liga MEO Surf.

O seu percurso até aqui não foi fácil, mas o segundo lugar na primeira etapa, 9º no Porto e 1º em Ribeira Grande deixaram-no numa excelente posição para conquistar o título mesmo tendo faltado à prova da Ericeira. Apesar do seu 4º lugar no ranking, era o único que não substituía resultados aqui e uma presença na fase man-on-man quase que “selava” o seu destino. No entanto, mesmo tendo sido o destaque das duas primeiras fases, Ordonhas foi surpreendido num heat com poucas ondas, terminando a prova num atípico 13º lugar, deixando a porta aberta para que alguns candidatos se mantivessem na disputa. Na mesma fase ficaram dois fortes candidatos, Luís Perloiro e Joaquim Chaves, deixando a disputa aberta para o último dia de prova.

Depois do polaco Maksymilian Michalewski superar Francisco Mittermeyer no que seria o único heat dos quartos de final man-on-man sem implicações para o título, dois surfistas que têm acumulados títulos nas categorias júnior enfrentaram-se pela oportunidade de manter as suas hipóteses do título máximo do surf português vivas. Jaime Veselko e Martim Nunes disputaram taco a taco uma vaga nas meias finais e foi Veselko, de apenas 16 anos, quem acabou na frente, mantendo-se assim na “conversa” do título. Algo semelhante aconteceu no heat que se seguiu, mais dois candidatos, Tomás Fernandes e Tiago Stock, disputaram de backside nas esquerdas do Lagido uma fase no round seguinte e a possibilidade de se manterem luta pelo título inédito para ambos. Desta vez foi o veterano, Fernandes, quem entrou no ritmo das melhores ondas e venceu com grande vantagem. Para terminar a fase, João Mendonça, “on paper” o mais perigoso candidato ao título ainda prova, teria que superar Afonso Antunes para ter hipóteses de superar Ordonhas, mas Antunes estava noutro ritmo nesta prova, e fez o papel de spoiler com a melhor média da fase.

Chegados às meias finais, os dois candidatos ainda em prova estavam em heats diferentes e ambos tinham que avançar para a final e vencer a prova. Jaime Veselko parecia estar no bom caminho de o fazer, pontuando 8.25 cedo no heat, mas Maksymilian respondeu com duas ondas muito fortes, deixando Veselko à procura de um back up alto, que não conseguiu encontrar. Seguiu-se o confronto entre Tomás Fernandes e Afonso Antunes. Por duas vezes Tomás chegou à última prova na liderança do ranking e acabou por não conseguir consolidar a sua posição, seria desta? Na prova em que surgia em 10º lugar antes do primeiro heat começar? Apesar de ser mais conhecido pelo seu frontside, o seu backside não fica atrás e ao longo da prova mostrou algumas das manobras mais limpas e poderosas do evento. Mas, mais uma vez, Afonso não deixou nada ao acaso, dominando o heat de ponta a ponta.

E quando Tomás apanhou a sua última onda, a segundos do fim, e esta não tinha potencial para o seu requisito, o champanhe jorrou para cima de Francisco Ordonhas, que estava na zona de competidores rodeado de amigos, treinadores e família, começando assim a festejar mais um grande marco na sua carreira.

A final, entre Afonso Antunes e Maksymilian Michalewski foi muito disputada mas Afonso estava imparável e com o resultado empatou no número de vitórias em Peniche com o seu pai, João Antunes, ficando ambos com dois títulos conquistados no Oeste.

A final feminina foi entre Érica Máximo, que fez desta a sua única prova no circuito este ano, e Francisca Veselko, que está com objectivos mais altos este ano, mas que veio ao Bom Petisco Peniche Pro vencer de novo, mantendo o seu flow competitivo. E assim chegou ao fim mais um incrível ano de competição na Liga MEO Surf, com um dos mais competitivos circuitos de sempre.

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