Foi na última etapa do CT de 2015 que Filipe Jervis apresentou as suas escolhas sobre quem se iria dar bem, e este ano irá fazê-lo em todo o circuito.  Poderá começar há esta noite em Portugal a primeira etapa do CT2016 e por isso apresentamos-te as escolhas de Filipe Jervis, que tem um prazer raro em seguir e analisar as etapas do CT.

Jervis é um jogador ávido no Fantasy da WSL (se ainda não estás no nosso clube para este ano vais mais que a tempo), pelo que as suas escolhas para cada etapa poderão ajudar-te a fazer a tua equipe, e quem sabe seres o grande vencedor da clubhouse da ONFIRE no fim deste ano, derrotando surifstas profissionais e claro, nós, editores da ONFIRE (e supostamente grandes entendedores de surf).

Se não jogas no Fantasy poderás ver apenas se concordas ou não com as escolhas de Jervis em quem pensas que se vai dar bem em Snapper Rocks, praia que receber a primeira e inaugural etapa do CT.

De referir que as escolhas de Jervis são de acordo com as escolhas que podes fazer no Fantasy, ou seja, podes escolher dois surfistas do top 8 (Nivel A), quatro surfistas do top9 a 24 (Nivel B), e dois surfistas que estão abaixo do top 25 do ranking (Nivel C).

Assim, as apostas de Jervis para a primeira etapa do CT2016 são:

Nível A
Mick Fanning. Depois de um ano atribulado, Mick decidiu que ia ficar fora da luta pelo título e que queria tirar um ano para aproveitar a vida como surfista. No entanto, decidiu fazer algumas etapas para continuar com ranking e poder qualificar-se para 2017. A verdade é que de todos os vídeos que vi de Snapper desde que começou o ano, Mick foi quem mais se destacou. A velocidade, a linha e a leitura de onda (aprendeu a surfar em Snapper portanto conhece a onda melhor do que ninguém), estavam a anos luz de todos os outros surfistas. É local, conhece a onda melhor que toda a gente, e acima de tudo está sem qualquer tipo de pressão, por isso penso que vai ser um surfista a ter em atenção esta etapa.

Filipe Toledo. Depois de um ano incrível, acredito que o Toledo volte a ser um dos surfistas do ano. Se o mar estiver pequeno e propicio para manobras inovadores, cuidado com ele porque há muito poucos surfistas ao seu nível nesse tipo de condições. O ano passado ganhou e isso deu-lhe uma grande motivação para o resto do ano, e acredito que se isso voltar a acontecer, vai ser muito difícil pará-lo. Ganhou e absorveu toda a experiência necessária para poder bisar novamente e quem sabe vir a ser campeão em 2016.

Wildcard do nível A
Gabriel Medina. Medina também já ganhou esta etapa, algo que de backside é muito complicado de fazer. No entanto, sendo um dos surfistas mais completos do mundo, não pareceu ficar afectado com o facto de ser mais difícil mostrar variedade e repertório de manobras de backside. O ano passado começou mal, o que é compreensível porque tinha acabado de ser campeão do mundo e honestamente penso que teve pouco tempo desde o Hawaii ate à primeira etapa, para digerir tudo e meter a cabeça no lugar. Cometeu um erro amador contra o Glenn Hall, acabou por fazer-lhe uma interferência e perdeu. Este ano teve mais tempo de preparação e como não foi campeão em 2015 não teve todo o hype de volta dele, fazendo com que a pressão não esteja toda em cima dele, mas sim em cima de Adriano de Souza.

 

Nível B
Kelly Slater. Vou apostar no “velhote” novamente. Veio de uma grande vitória no Volcom Pipe Pro e isso parece ter trazido ao de cima uma nova pica competitiva. Antes da vitória em Pipe, teve 24 meses sem ganhar um campeonato, e aparentemente todas as pessoas começaram a questionar se o voltariam a ver num pódio. Em 2015 com os miúdos mais novos como o Toledo, Medina e John John a ganharem nome e projecção, Kelly parece ter-se desinteressado do Tour. Mas com esta vitória penso que tudo mudou. Este vai ser o 23º ano no Tour e acredito que vá querer terminar a sua carreira com um grande alarido, e nada melhor que ser campeão do Mundo para se poder retirar de vez! Acredito que este poderá ser novamente um ano de Kelly Slater.

Wigolly Dantas. Depois de um primeiro ano no Tour extremamente consistente, Wigolly poderá aparecer em 2016 em grande. Toda a gente sabe o incrível backside que Wigolly tem no seu repertório. Honestamente, acredito que não há surfista nenhum no Tour que deite mais água do que o Wigolly. Onde há água, há power, e os juízes adoram power e irão sempre adorar, e isso pode ser bom para ele. Pode ser uma grande ameaça para os grandes nomes.

Jordy Smith. Toda a gente sabe que o Jordy é um dos melhores surfistas do mundo em point breaks de direita. Teve um ano de 2015 complicado, com lesão atrás de lesão, o que fez com que não competisse quase em mais de metade do ano. Perdeu o ritmo competitivo? Sem dúvida. Mas não perdeu o surf, aliás até poderá ter melhorado. Uma coisa boa que as lesões trazem é isso mesmo, com tanto tempo de recuperação, Jordy teve tempo de meter a cabeça no lugar, treinar fisicamente para não criar mais nenhuma lesão, e acima de tudo passar horas infinitas dentro de água. Pelo que vi, fez recentemente uma viagem a Moçambique, que fica ao lado da África do Sul, onde surfou direitas infinitas. Que melhor treino do que surfar direitas quilométricas para competir em Snapper? Penso que este pode ser o ano em que o Jordy finalmente fica no lugar que merece no Tour, dentro do top 5.

John John. Estava meio na dúvida em meter o John Florence aqui, mas… é o John John!! Toda a gente quer vê-lo a dar-se bem. Ele é um surfista mais completo e mais imprevisível do mundo, quem não gosta disso? Espero sinceramente que ele se empenhe um bocado mais no Tour do que no ano passado, porque se há pessoa que tem possibilidade e surf para ser campeão do mundo é o John John.

Wildcard do nível B
Taj Burrow. Taj foi e sempre será o eterno segundo. Inconsistente mas um dos melhores surfistas no Tour. Já ganhou esta etapa várias vezes, e o surf dele encaixa ali. Recentemente foi pai, o que fez com que não fosse à ultima etapa do ano 2015, pode vir a trazer-lhe uma nova pica para competir e para dar tudo o que tem. É um veterano no Tour, mas tenho a certeza que vai querer provar aos miúdos que ainda tem armas para se bater com eles.

 

Nível C
Connor Coffin. Esta é talvez a categoria mais difícil desta primeira etapa. É onde estão todos os rookies, wildcards e low seeds do Tour. São surfistas que querem vingar e provar que estão ali por alguma razão. Escolhi o Connor porque é um dos meus surfistas preferidos desta nova geração e porque é capaz de ser dos melhores surfistas do mundo a surfar em direitas perfeitas. Snapper é uma direita perfeita, por que razão não haveria de se dar bem?

Kolohe Andino. Apesar da sua tenra idade, Kolohe já parece um veterano do Tour. Este será o seu 4º ano, e depois de um ano mau, um ano bom e um ano difícil em 2015, penso que este possa ser um ano de viragem para ele. Mais maturo competitivamente e a nível de surf, se conseguir conjugar o seu power surf com as manobras inovadores, poderá ter as notas que precisa para passar uns quantos heats. Espero que seja um bom ano para ele.

Wildcard do nível C
Kanoa Igarashi. O americano/japonês mais português do mundo. Adora Portugal e tornei-me grande amigo dele nestes últimos dois anos, e fiquei mais feliz do que ninguém por vê-lo a qualificar-se para o Tour. Se lhe falta alguma maturidade por ser um miúdo? Acredito que sim, mas com o surf que tem pode calar muitas bocas que dizem que ele entrou cedo demais. É capaz de ser um dos melhores surfistas do mundo em mar pequeno, e acredito que se possa dar bem nesta primeira etapa. Estou a torcer pelo sucesso dele e espero que passe uns bons heats.

Podes assistir ao vivo ao arranque do World Tour 2016 carregando AQUI!

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