Como não poderia deixar de ser, Pedro Henrique foi a grande revelação da terceira etapa da Liga MOCHE. Depois de dois anos a viver no nosso país, este ex-top do WCT e campeão mundial júnior finalmente teve o “OK” para competir no circuito e tratou de fazer o que sabe. O seu resultado, um 5º lugar, não faz justiça ao surf que mostrou nos primeiros dois dias de prova e o futuro parece prometedor. A ONFIRE falou com ele um pouco antes da etapa do Algarve para saber como tinha sido a experiência.

Pedro, depois de dois anos a viver em Portugal, qual foi a situação que te permitiu competir na Liga MOCHE?
Estou em processo de ter nacionalidade portuguesa, porém não tem sido rápido e para não ficar mais um ano sem competir pedi o direito de cidadão por direitos iguais.

Como foi a sensação de voltar a competir neste nível?
Estou muito motivado pois preciso ganhar ritmo de competição para os WQS’s e a Liga tem um excelente nível e me faz trabalhar forte para avançar os heats.

O que achaste da competitividade dos surfistas portugueses?
Os surfistas portugueses estão em óptima fase e muito competitivos, não é fácil conseguir bons resultados no mundial e estão conseguindo ir bem.

Quais são as grandes diferenças entre os competidores, deste nível, em Portugal e no Brasil?
No Brasil tem mais atletas em grande forma, o nível é realmente alto. Muitas vezes temos que fazer muito bem as baterias para passar heats, mesmo com juniores ou atletas novos nas competições. O Brasil é muito grande, também faz diferença.

Como achas que os competidores do circuito reagiram à tua entrada?
Não tive grandes diferenças, muitos dos competidores já sabiam que em pouco tempo estaria competindo.

Qual era a tua expectativa para esta prova? E para as próximas?
Minha expectativa era saber como competiria tacticamente e se estaria bem fisicamente para fazer vários heats. Notei que não estou longe do que preciso e que com mais trabalho posso estar no nível que quero para buscar minha vaga no tour novamente.

Quais consideras que foram os pontos altos para ti nesta prova?
É difícil de dizer, o ponto alto para mim foi me manter no foco e competir nas condições difíceis que estavam, serviu de parâmetro para eu entender onde estou e o que fazer para melhorar.

Que pranchas usaste?
Estou com um quiver já bem preparado pois estou a desenvolver um trabalho junto a Pólen e o (Nuno Cardoso) “Surdo”. Não é fácil ter tantas pranchas boas no mesmo quiver, as boas estão pelos 5’5” com 17′ 7/8 x 2 1/16.

Continuas a competir em kite também?
Sim, estou nas duas modalidades e fiz um segundo lugar na primeira etapa do mundial desse ano, sempre quis estar nas duas provas e agora começo a avançar ao meu objectivo de estar nos dois mundiais.

Achas que vai haver um momento em que terás de escolher uma modalidade?
Não acredito, as etapas são em datas diferentes e estou tranquilo que dará para conciliar.

Em que outros campeonatos fazes tenções de competir?
Quero ir ao máximo de WQS’s possíveis para estar nos Primes na segunda fase do ano, porém sem patrocínio fica complicado muitas vezes não consigo ir às etapas.

Como estás a nível de patrocínios e apoios?
Hoje conto com patrocínio no Kite da marca Best, da Pólen, que faz minhas pranchas, da FCS Europa, Xcel e da Fonte Viva, que têm sido fundamentais no meu crescimento nos últimos meses.

Tens algum projecto novo em mente para o futuro?
Sim, muitos, incluindo novos projectos de filmes, mas quero mesmo estar a dar todo foco para conseguir subir no WQS para os Primes, esse é o alvo.

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