Um ex-surfista do WT presente, condições difíceis, um tubarão alucinante, uma interferência por marcar, surfistas esfomeados, brincadeiras com fogo e bolas, salsichas, cerveja, e, acima de tudo, muita diversão. O Ericeira Surf Shop Festival foi um festival à séria!

Fomos recebidos na Foz do Lizando com um gigantesco e inofensivo tubarão preto, todo ele concebido com lixo recolhido na praia. Desde chinelos a pés de pato e passando por bonecas, pneus e inúmeros outros objectos que infelizmente continuam a flutuar pelos oceanos do mundo (e que vão dar às nossas costas), este tubarão era uma impressionante obra de arte do colectivo de artistas Skeleton Sea. Se não conheces o seu trabalho, então tens de o fazer pois acredita que é IMPRESSIONANTE (podes ir até ao Oceanário de Lisboa até 26 de Novembro e ver as suas obras gratuitamente).

Foi quando ajudávamos na recolha de lixo na praia, juntamente com todos os convidados e curiosos, que começámos a ouvir o chamamento para o Tag Team Challenge, a competição que iria juntar alguns dos melhores surfistas nacionais, amigos, media especializados, free surfers e profissionais da indústria na disputa pelo primeiro lugar (e um troféu criado pela Skeleton Sea e um telémovel oferecido pela MOCHE). O formato tag team era “simples”: cada equipe de três elementos tinha 30 minutos para fazer 6 ondas (duas por surfista). Um pormenor: cada surfista não podia apanhar mais de duas ondas, ou seja, se escolhias dois close-outs seriam essas as tuas notas e as que “darias” à tua equipe (darias ente aspas pois duas notas dessas ninguém as quer).

A equipe de júri da Liga Meo Pro Surf estava presente e, infelizmente, sólida no que a subornos dizia respeito! Tentámos 50, 100 e chegámos aos 10.000 euros mas nem uma décima a mais conseguimos que eles dessem ao nosso team. Avisámos também todos os competidores que, caso não nos deixassem vencer, então seriam vetados indeterminadamente nas páginas da ONFIRE… Sem sucesso também!

Podíamos apelar que o mar estava difícil, que tínhamos uma rapariga no team (mas como havia mais teams com outras não faz sentido e verdade seja dita ela surfava melhor que nós, homens de barba rija), que não viram uma interferência que um dos nossos elementos sofreu ou que não era justo competirmos contra Eric Rebiére, ex-surfistas do WCT que competia no team Billabong. Seja como for uma coisa sabemos, em último não ficámos eheh. Quer dizer, não temos certezas pois os resultados foram anunciados do sexto lugar para cima (e ainda bem), mas acreditamos nisso!

O grande vencedor deste divertido tag team (todas as competições deveriam ter este espírito) acabou por ser a Billabong fruto de duas direitas explosivas de Eric Rebiére e de uma outra direita de Frederico Morais (e com uma boa ajuda do terceiro elemento, Bruno Valente). Em segundo lugar ficou o team Quiksilver e, em terceiro e com direito à prata, ficou o team da ANS (o qual “roubou” Ruben Gonzalez para o seu team – é verdade que Ruben faz parte dos quadros da ANS mas a OF dá-se ao direito de não concordar com essa aquisição pois temos mau perder).

Depois do Tag Team Challenge foi tempo de aliviar o “stress” competitivo. Assistimos à exibição do documentário da Skeleton Sea mas confessamos que, tal como muitos dos surfistas profissionais presentes, quase em cima do churrasco onde deliciosas bifanas, salsichas, linguiças e asas de frango teimavam em estar prontas. Quer dizer, prontas até estavam mas o chef de serviço rapidamente as tirava da nossa vista pois se não o fizesse não conseguiria dar de jantar às dezenas de pessoas presentes. Houve um surfista júnior, o qual iremos manter o anonimato, que de tal forma desesperado de fome desviou um saco de aperitivos da mesa. Ninguém reparou e esse júnior (juntamente com outros surfistas e alguns membros do staff da OF, confessamos) enganaram momentaneamente a fome.

E claro que essa fome também foi enganada com a bela da cerveja que foi oferecida neste grande festival. Quando “el chef” declarou finalmente a cozinha aberta, fez-se silêncio absoluto, só se ouvindo o mastigar e estranhos barulhos de prazer saídos de todos os estômagos presentes.

A noite continuou com um espectáculo de fogo, muito alegria e bebida. A Ericeira Surf Shop celebrava também os seus 16 anos de existência e ofereceu um delicioso bolo. E foi com este doce no estômago que se passaram mais umas horas até chegar o momento de… mais festa!

A discoteca Ouriço recebeu todos os que quiserem “abanar a conquilha” noite fora. Os pormenores destas horas ficarão para sempre na memória de quem esteve presente!

Resumindo, o staff da ONFIRE pede à Ericeira Surf Shop para repetir a fórmula deste grande sucesso para o ano que vem. Isto sim é um Festival!!! E, como será óbvio, para o ano teremos um team impossível de bater pois prometemos recrutar alguns dos melhores surfistas nacionais – colaboradores da tua revista preferida. No fundo faremos uma jogada “à la ANS” eheh.

 

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