Um dos maiores destaques da mais recente etapa da Liga MOCHE, o Sumol Porto Pro, foi o surfista da Ericeira Tomás Fernandes. Este júnior “ameaçou” um bom resultado na Caparica, e no Porto fez alguns dos melhores heats do campeonato derrotando surfistas como Eduardo Fernandes, Zé Ferreira e Nicolau Von Rupp a caminho da meia final. A ONFIRE não deixou de lhe fazer algumas perguntar para saber mais sobre esta excelente fase que atravessa.
Tomás, o teu surf nos oitavos e quartos de final foi do melhor que se viu em toda a prova. Fala-nos um pouco desses heats…
O heat dois oitavos era “complicado”, pois tinha o Zé Ferreira e o Eduardo Fernandes que são dois dos melhores surfistas nacionais. No entanto e apesar de saber que o nível deles é muito alto, pensei que num heat tudo é possível, que tinha de lutar até ao fim e mostrar o meu surf. Quando vi a onda, que acabou por me dar a vitória, senti que tinha de arriscar e bater forte e à medida que ela abria e as manobras iam saindo ficava mais motivado para a batida seguinte. Nessa onda, os júris deram-me um 8.5 e ai fiquei mais confiante. Depois fui gerindo o heat, sabendo que tanto o Zé e o Eduardo podiam fazer scores altos e não podia descansar até ao toque da buzina.
Nos quartos man on man, tive como adversário o Nicolau Von Rupp, e lembrei-me que no ano passado tinha perdido com ele no campeonato da Figueira, também nos quartos. Nesse heat bloqueei e não mostrei o meu surf, e isso é o que me incomoda mesmo. Sei que vou perder muitas vezes, pois quem compete tem de estar preparado para isso, mas estar num campeonato e não mostrar o meu surf mexe muito comigo. Neste heat, queria mostrar que o que tinha acontecido era passado, e fui para dentro de água, confiante e determinado a mostrar que mesmo contra um dos melhores conseguiria surfar bem. As ondas lá apareceram e fiz uma nota alta, penso que foi um 7.5, que me permitiu alcançar a vitória.
No teu heat das meias finais fizeste alguns erros, consegues apontar quais foram e o que poderias ter feito diferente?
Fiz erros clássicos de quem não tem muita experiência em confrontos man-on-man. Apanhei poucas ondas e não soube gerir bem as prioridades. Foi um heat com poucas ondas, o Vasco fez uma onda logo ao início e eu fiquei com a prioridade. Quis apanhar uma boa e fui esperando, só que esperei demais e quando vieram arranquei na errada. O Vasco fez pressão, pois está muito habituado aos heats de man-on-man, e fez o 9 numa onda que devia ter sido minha. Depois disso fiz uma onda e fiquei a precisar de um 7.25 para ganhar, mas não apareceram mais. Para a próxima espero já estar mais preparado e não vou facilitar tanto.
Em dois campeonatos conseguiste entrar no Top6 da Liga, fizeste alguma coisa diferente este ano em comparação ao passado?
No ano passado, na última etapa estava em 7º do ranking, pois fiz dois 5º (Porto e Figueira), mas com muito azar passei de 7º para 14º. Todos os atletas que estavam atrás de mim e que me podiam ultrapassar passaram-me. Mesmo assim fiquei em 14º no final do ano, que foi um bom resultado. Este ano, continuo com os treinos com a Surftechnique, e tenho treinado mais a parte física. Nos heats sinto que algo está diferente e estou com muito mais resistência.
Que prancha usaste no Porto?
Usei uma Semente 5’9” feita pelo Nick Uricchio, da Semente, que estou a adorar. Aliás, aproveito para lhe agradecer o óptimo apoio que me tem dado.
Onde tens surfado recentemente?
Ericeira, Ericeira, Ericeira e treinado no Guincho, Santo Amaro, Carcavelos.
A próxima etapa é na Ericeira, o que esperas desse campeonato?
Boas ondas, e claro que gostava de fazer um bom resultado pois é onde vivo e onde faço surf diariamente, mas a concorrência é forte e o campeonato está com um nível muito alto.
Quando devemos esperar uma nova secção de vídeo tua?
Não sei, sinto que não sendo da linha não tenho a mesma cobertura que outros colegas meus, e quando os fotógrafos vêm para a Ericeira vêm atrás do Kikas, Vasco, Nicolau e outros. Como não estou no mesmo nível vou ficando um pouco para trás, mas pouco a pouco vou ganhar o meu espaço e sei que mais tarde ou mais cedo também vão querer filmar comigo. Até lá, vou fazendo uns vídeos caseiros.
Para terminar, quais são os teus objectivos para 2013?
Top 10 na liga nacional Open, ganhar o Pro Junior nacional e top 15 no Pro Junior europeu.
(Um dos “vídeos caseiros” de Tomás Fernandes…)
Comentários