Seria a história do ano, da década talvez (no meio do surf). Kelly Slater, o melhor surfista de todos os tempos, o surfista com a imagem mais limpa da história, envolvido num escândalo ao ponto de ter de passar pelo tribunal. Mas não, há escândalo e imagem deste americano continua igual a sempre, impecável. O que não quer dizer que possa escapar de ter obrigações de prestar declarações num tribunal, referente a uma questão de direitos de autor.

O caso envolve uma marca de roupa de que Kelly Slater é proprietário, a VSTR. Esta marca tem um “perfil” que na verdade não entra em conflito com o seu patrocinador principal, a Quiksilver. E como tal, (e também por KS ser o maior investidor privado do grupo QS) está inserida no canal de distribuição da Quiksilver, Roxy, DC e cia (tudo marcas do grupo QS).

No entanto, o nome desta marca é muito parecido com o de outra companhia americana, a Visitor. Daí haver uma questão de direitos de autor entre as duas. A Visitor alega que ao ler a “sigla” VSTR o resultado fonético é “Visitor”. Mas, segundo Kelly e o seu grupo, a maneira correcta de ler o nome da marca é V.S.T.R., ou seja, lê-se letra a letra.

Esta não é a primeira vez que uma marca de surf se mete em sarilhos por infringir os direitos autorais de outra. Aconteceu nos anos 90 com a marca Arnet, que foi “obrigada” pela concorrente Vuarnet a mudar o nome, que rapidamente foi adaptado para o sobrenome do criador da mesma, “Arnette”. Entretanto, depois desta mudança, Greg Arnette ainda vendeu a marca e por uns 100 “milhõezinhos” de USD em 1996.

Mais ou menos na mesma altura, o mago dos filmes de surf, Taylor Steele e um ex-top 44 havaiano, Conan Hayes, criaram uma marca que se tornou numa sensação mundial da noite para o dia, a 17. No entanto, pouco tempo depois teriam de fechar a mesma por infringir os direitos da revista Seventeen, que tinha a patente para o nome. Entretanto Taylor continua a fazer o que sabe fazer melhor (filmes de surf) enquanto que Conan saiu do circuito mundial e casou-se (e mais tarde divorciou-se) com a deusa do North Shore (Malia Jones). Mais tarde tornou-se num dos fundadores da marca RVCA e agora vive Continente, onde tem uma fábrica de brinquedos!

De voltar a Kelly, o tribunal terá enviado uma intimação ao campeão do mundo para falar sobre o marca que criou. Mas Kelly está mais ocupado com a busca pelo seu 12º título mundial e não apareceu para prestar declarações. Todavia, segundo entendidos no assunto, esta ausência não é grave e representantes seus estão a dar seguimento ao processo. Aparentemente a Visitor pediu que o caso não fosse adiado para além de dia 21 de Dezembro, data em que Slater deve estar presente para defender o seu produto.

Resta saber se o fará com 11, ou 12, títulos no “bucho”…

 

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