Menos de 24 horas depois de vencer o seu segundo “Special Event” de ondas pesadas do ano encurralámos Nicolau Von Rupp num cybercafe mexicano para conseguir a sua primeira entrevista. O surfista da Praia Grande mostrava uma mistura de cansaço com êxtase e isto foi o que conseguimos arrancar dele…
Nic, havia pouca informação sobre o campeonato, como era o formato?
O formato simples, 30 surfistas nas duas primeiras fases, 6 heats, 45 minutos cada heat e contavam as duas melhores em cada heat. Destas fases passavam 12 para as meias finais e 6 para a final mas estavas sempre com pontos acumulados dos heats anteriores.
Conta como foram os heats…
No primeiro round fui consistente, não fiz nada de especial mas fiquei com 11 pontos, o que foi um dos quatro melhores scores da fase. Isso deu-me logo uma vantagem. O mar estava com uns três metros, com sets maiores. Estava grande, a dar muita porrada e com umas correntes “sinistras”, mesmo complicado e muitas ondas eram close outs. Eles queriam fazer nas melhores condições e a seguir a esse dia decidiram esperar pelas condições clássicas.
E no segundo round estava como queriam?
Sim mas eu era de um dos últimos heats e ali só podes fazer o campeonato até ao meio dia porque depois entra o vento on-shore e estraga tudo. O meu heat ia começar quando o on-shore começou a entrar e eles decidiram pôr o campeonato on-hold. E logo quando o fizeram apanhei uma bomba e dei um tubão que seria “praí” um 10! Só que não contou e o campeonato parou por dois dias. Mas quando começou novamente consegui fazer um 9 e tal e um 8, que foi muito bom para mim.
Assim passaste para as meias em primeiro entre os 30 convidados?
Sim, qualifiquei-me em primeiro. Nas meias finais o mar tinha caído e estava muito difícil, fiz duas notas cinco, nada de especial mas era importante fazer dois scores pois já trazia notas boas de trás. Assim passei para a final enquanto que houve pessoal como o Aritz Aranburu, Rusty Long e Kalani Chapman, que são bons nesse mar mas que não tiveram sorte no primeiro dia e perderam, nem foram à final.
Já tinhas surfado nesta onda antes?
Sim, tinha estado lá há 6 anos com os meus patrocinadores mas apanhámos aquilo pequeno.
Como correu a final?
Eu tinha passado em primeiro por isso estava na frente mas os outros estavam muito perto. O Gabriel Villaran, Brian Conley e o Nathan Hedge estavam a precisar de pouco para vencer e a qualquer momento podiam fazer um 10 e virar o resultado. A minha táctica para a final foi sentar-me exactamente no mesmo pico em que me tinha estado a sentar todos os dias, era um bocado arriscado porque vinham poucas ondas daquele lado mas a final era de uma hora e apesar de terem vindo poucas consegui duas notas de 8 pontos, que foi o que me deu a vitória.
Quando saíste, sabias que tinhas vencido?
Sabia que tinha feito duas boas e que tinha probabilidade de ganhar mas não sabia o que os outros tinham.
Que prancha usaste?
Tinha a minha 6’4″ mágica feita pelo Nick Uricchio (shaper da Semente) que já tinha usado no Chile e na Irlanda!
Quanto era o prémio para o primeiro lugar?
Eram 7.000 dólares, em “cash”!
Isso quer dizer que vais pagar o jantar quando chegares a Portugal?
Provavelmente! (Nota: andamos a tentar cravar uma refeição ao Nicolau há anos mas nunca conseguimos nada…)
É o segundo evento do género que ganhas este ano mas no WQS não tens tido o mesmo sucesso. O que se passa?
Sou mais forte em ondas boas do que ondas más, é uma coisa em que tenho de trabalhar…
E há mais novidades?
Sim, vou lançar o segundo episodio do MY ROAD em breve e será totalmente dedicado a este evento!
(Vídeo do Pawa Surf Fest 2013)
Comentários