Nuno Sequeira da escola de surf “Puro Surf” continua a ser o nosso local contact no Hawaii e, depois da sua primeira crónica, enviou-nos agora a segunda. Entre as ruas de Oahu, onde encontrou Tiago Pires, esteve também presente no Surfer Poll!

Episódio 02: Conhecer Oahu e estar no Surfer Poll

A separar o final do Vans World Cup of Surfing em Sunset Beach e o eventual começo do Pipe Masters estavam três dias que tentámos aproveitar ao máximo uma vez que, quando há competição, é impossível arredar o pé da areia. A ilha de Oahu é grande (cerca do dobro da área da Madeira, por exemplo) e para quem a visita pela primeira vez é imprescindível conhecer uma série de locais de interesse histórico-cultural como também percorrer as várias costas que não o North Shore onde a maioria de nós, surfistas, ficamos alojados.

Assim, apesar de sabermos de antemão os graves problemas de trânsito à volta de Honolulu (capital de Oahu), conduzimos para Sul até Waikiki, o local de onde Duke Kahanamoku levou, no início do século XX, o Surf moderno até à Califórnia e Austrália. Onde quer que o Duke esteja neste momento creio que não iria gostar de ver a sua Waikiki nos dias de hoje… trânsito, poluição no ar, hotéis enormes, prédios, lojas de alta costura misturadas com lojas de souvenirs baratos e muitas pessoas na água, das mais variadas nacionalidades com a grande maioria a descobrir e a experimentar o que é o Surf.

O South Shore tem os seus dias (a época alta de ondulação é o Verão) mas nesta altura do ano as ondas raramente ultrapassam o meio metro. Alugámos duas longboards e lá fomos seguir o legado do Duke e fazer slalom no meio de outras dezenas de turistas. O engraçado (e incrível!) é que apesar de “knee high” haviam ondas onde era possível surfar cerca de 300 metros (ok, com uma 9’6”!).

Saindo de Waikiki e apanhando a Interstate H1 e depois a HI-93 dirigimo-nos para a Costa Oeste (Leeward Coast). Ao longo da estrada e contrastando com a zona de Honolulu / Waikiki vamos passando por pequenas cidades, tudo mais rural, onde não há muita presença de turismo e onde o localismo se nota mais. O melhor exemplo é Makaha, onde mesmo com ondas pequenas (diz-se que foi em Makaha que começou o big wave riding) nota-se alguma hostilidade. Paramos o carro para “chekar” o mar mas o ambiente fora de água não é nada convidativo e seguimos até Kaena Point, onde a estrada termina, numa baía linda, digna de postal.

Já de noite, no regresso ao North Shore, cruzamo-nos com o “Saca” num pequeno restaurante de Haleiwa e deixamos umas palavras de apoio para o Pipe Masters que, a avaliar pelas previsões, começa mesmo no primeiro dia do período de espera. (Infelizmente, acabo há momentos de assistir à eliminação do Tiago no Round 1).

O dia seguinte é passado a surfar em Haleiwa. As ondas estão pequenas e é uma sensação óptima poder surfar em mais um local de culto deste pedaço de paraíso que é o North Shore. Crowd amigável: shortboards, longboards, SUP´s, crianças, adultos, locais, não locais… mas ondas para todos!

Pelo meio, tempo para assistir à (mini) conferência de imprensa do Pipe Masters com o Slater, Parko, Fanning, Medina e Ricardo dos Santos a responderem a algumas questões dos media presentes no Turtle Bay Resort onde à noite se realizou a festa mais aguardada do ano, Surfer Poll Awards.

Através da ONFIRE e já com o “kit da night” em modo ON entramos na cerimónia que a revista SURFER organiza anualmente para premiar os / as surfistas mais votados / as pelos leitores. Além do top 10 masculino e do top 5 feminino são também entregues prémios como o “Maior Wipeout”, “Revelação do Ano”, “Melhor Tubo”, etc… Tudo começou com uma recepção num jardim enorme com muita comida e alguma bebida para depois o evento continuar no salão nobre.

Os destaques da noite (para além de Slater e Gilmore, primeiro lugar masculino e feminino, respectivamente) foram Gabriel Medina e Dane Reynolds, ambos galardoados com dois prémios: o brasileiro foi o quarto mais votado do top masculino e ganhou o prémio de “AI Breakthrough Performance” enquanto o californiano foi o terceiro mais votado e levou para casa o troféu de “Best Performance”.

Além da cerimónia, apresentada sempre com muito humor pelo Fred Patacchia e pelo Sal Masekela, a festa continuou pela noite dentro e foi um privilégio estar lá. Provavelmente, a festa com mais nível a que já assisti no meio do Surf: alto espaço, comida e bebida à descrição, ambiente do melhor, gente gira… SHOW!

Agora, que venha o Pipe Masters!! Até lá, ALOHA!

Fica atento aqui ao site da ONFIRE pois nos próximos dias iremos publicar a terceira crónica de um português no Hawaii e que incide sobre os primeiros dias do Billabong Pipeline Masters.

 

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