Nome – Rodrigo Herédia
Idade – 50 anos
Base – Goofy
Local – Carcavelos
Ponto forte – Tubos
Actualidade – Organizador de eventos

Rodrigo Herédia foi mais um grande representante da primeira geração de surfistas profissionais do nosso país e um competidor com muito sucesso durante mais de uma década até, eventualmente, fazer a transição para organizador de algumas das mais expressivas provas de surf em Portugal.

Apesar de ter tido algum sucesso nos anos 80, foi no início dos anos 90, quando surgiu o primeiro circuito nacional organizado, que realmente se estabeleceu como um surfista de topo, vencendo duas etapas no ano de estreia do circuito O’Neill Pisang Ambom. No ano seguinte, 1993, venceu mais uma prova e garantiu o título nacional na última bateria da última etapa do ano, em Ribeira D’Ilhas, o que o lançou para um novo patamar de notoriedade.

Memorial Bitque, Carcavelos

Até aí já vários portugueses tinham competido no circuito mundial mas foi Rodrigo quem o fez com mais consistência e foco, competindo um pouco por todo o mundo e obtendo alguns bons resultados para o nível do surf nacional na altura. O destaque do seu ano foi um 13º lugar no Costa Rica Challenge, a primeira presença de um surfista português nos quartos de final de uma prova QS, acabando na 169ª posição no ranking, o que fez dele o primeiro português a furar o top200.

Infelizmente o seu investimento no circuito QS não teve grande continuidade, passando os anos que se seguiram com o foco dividido entre o circuito nacional, o europeu e o QS, além de ter conquistado uma posição na final do Billabong Challenge na Madeira, um Special Event reservado apenas a convidados.

1997 foi claramente o melhor ano da sua carreira competitiva, vencendo o (até então) inédito título de campeão do Eurosurf na Irlanda, tanto a nível individual como por equipas e duas etapas do circuito EPSA, em Anglet e Peniche. As vitórias permitiram-lhe disputar o título do circuito EPSA, acabando eliminado por uma interferência de remada na última prova do ano, em Guadalupe, o que lhe custou o título mesmo assim acabando num excelente terceiro lugar no ranking. O resultado final garantiu-lhe wildcards no main event de todas as provas QS da Europa, fazendo assim um breve regresso ao circuito mundial.

Outro resultado marcante na sua carreira competitiva foi o 7º lugar no ISA World Surfing Games de 1998, realizado entre Carcavelos e o Guincho, algo que contribuiu muito para o resultado final da selecção portuguesa, que acabou em 4º lugar, à frente de muitas das mais fortes nações do surf a nível mundial.

Ao longo da sua carreira Rodrigo apostou muito no que na altura era considerado como o “surf moderno”, incluindo manobras como 360, reverses e alguns aéreos no seu repertório mas o seu ponto foi sempre foi os tubos, sendo claramente um dos grandes tube riders do surf nacional. Em Carcavelos foi durante muito tempo o maior destaque nos dias mais “ocos”, apostando também muito nos Supertubos, o que lhe garantia também uma boa visibilidade nos média do surf nacional.

Como muitos outros dos “grandes” da sua altura, Herédia passou por muitas das maiores marcas do surf nacional, com destaque para a sua passagem pela Sundek, marca que o patrocinava quando foi campeão nacional, O’Neill, Quiksilver e Rip Curl. Foi também o primeiro surfista nacional a receber um ordenado do seu patrocinador de pranchas, a Byron, uma ligação que durou alguns anos e foi patrocinado por grandes marcas fora do meio do surf, como a Sagres e a “VitaminaR” da Telecel.

Actualmente Rodrigo continua muito ligado ao surf, não só como surfista, sendo provavelmente um dos surfistas da sua geração que melhor manteve o ritmo de surf, como pela organização de eventos através da sua empresa, a Daaz Eventos, que levou aos Açores várias etapas do circuito QS, o World Masters da WSL e vários eventos da ISA.

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