Nome – João Antunes
Idade – 52 anos
Base – Regular
Local – Caparica
Ponto forte – Surf de frontside
Actualidade – Treinador de surf

João Antunes foi um dos grandes nomes de uma geração que lançou o surf profissional em Portugal. Parte do forte contingente da Caparica, João foi também um dos mais dominantes nomes da história do circuito nacional, tanto a nível de vitórias como em longevidade.

O seu sucesso aconteceu em vários circuitos ao longo da sua carreira. Antes de ser “o homem a abater” no circuito nacional, João já tinha dado cartas no circuito Europeu, vencendo provas e disputando o título no início dos anos 90. Durante mais de uma década Antunes foi regularmente no surfista português mais bem classificado no ranking Europeu (EPSA), voltando a vencer e a constar top4 mais tarde na sua carreira, quando venceu duas provas consecutivas.

Foi no circuito nacional dos anos 90, actual Liga MEO Surf, que mostrou o seu valor com mais regularidade, vencendo 16 etapas, um recorde que até ao fim de 2021 não tinha sido superado, arrecadando três títulos nacionais no processo e ficando no top3 diversas vezes. O seu surf, altamente técnico, competitivo e harmonioso, fazia o difícil parecer fácil, garantindo notas altas com regularidade em todo o tipo de condições.

João também apostou no circuito mundial, competindo em várias provas QS onde bateu alguns nomes de peso, com destaque para Quiksilver Pantin Surf Classic de 1996, onde atingiu os quartos de final. Também a sua prestação no Buondi O’Neill Pro de 1994, em Ribeira D’Ilhas, foi digna de nota pois mostrou que o surf nacional podia fazer boa figura naquele circuito numa altura em que a Europa ainda estava muito atrás do nível das grandes potências do surf mundial, Austrália, EUA/Havai, Brasil e África do Sul.

Outro resultado marcante aconteceu durante a primeira prova do Championship Tour realizada em Portugal, onde foi convidado para participar como wildcard juntamente com mais três surfistas nacionais. Nesta prova, o Coca-Cola Figueira Pro, realizada na Figueira da Foz em 1996, João bateu John Shimooka e Luke Egan no round 1 para se tornar no primeiro surfista português a vencer um heat na elite do surf mundial, resultado que ficou um pouco ofuscado no dia seguinte quando Bruno Charneca “Bubas” bateu Kelly Slater.

No entanto foi mais cedo na sua carreira que mostrou potencial de dar cartas a nível internacional, no ISA World Surfing Games de 1992. Mais conhecido por Mundial Amador, esta prova foi realizada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil, e Antunes foi batendo surfistas de algumas das principais nações do surf mundial para terminar a sua prestação na fina da repescagem, acabando em 6º lugar, um resultado muito acima de qualquer outra prestação nacional até à época.

Outro factor marcante da sua carreira foi a rivalidade com outro grande nome da época, José Gregório. Um choque entre personalidades fortes destes ex-companheiros de equipa criou uma grande competitividade dentro e fora de água, o que fez do surf nacional na época mais intenso e interessante por alguns anos. A disputa entre os dois pelo título de 1998 acabou por servir de “catalisador” para uma revolução no surf nacional, fazendo com que 90% dos melhores surfistas nacionais abonassem o circuito da Federação Portuguesa de Surf para competir no que actualmente se tornou na Liga MEO Surf.

Actualmente João mantém-se ligado ao surf como treinador e pelo acompanhamento ao seu filho mais novo, Afonso Antunes, o nome mais forte na nova geração, que já venceu várias etapas do circuito nacional, disputou o título nacional com Frederico Morais e Vasco Ribeiro em 2020 e 2021 e foi wildcard na prova nacional do Championship Tour de 2022.


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