Nome – Bruno Charneca
Alcunha – Bubas
Idade – 51 anos
Base – Regular
Local – Caparica
Ponto forte – Linha de Surf, power

Um dos primeiros prodígios do surf nacional, Bruno Charneca conquistou o título nacional em 1989, antes da circuito profissional mais organizado se ter iniciado. “Bubas” fez parte da mesma geração de grandes surfistas da Caparica que João Antunes, Tiago Oliveira, Nuno Matta, entre outros, obtendo sucesso muito cedo no seu percurso. Dono de uma imagem muito forte e de uma linha de uma das melhores linhas de surf da sua época, era claramente o dos grandes nomes do início dos anos 90, tendo mostrando a sua popularidade ao vencer o primeiro SurfPortugal Poll e conquistando bons patrocínios. Foi o primeiro surfista em Portugal a ser 100% patrocinado pela Quiksilver e também o primeiro a ser patrocinado por um banco, a Nova Rede, actual Millenium BCP. Outros patrocínios que teve ao longo da sua carreira foram a Semente, Waterline, Redley, O’Neill, Polen, Life’s a Beach/Bad Boy, Headworks e Kanabeach.

Photo by Nuno Fontinha

Charneca venceu a primeira etapa do circuito da Adrenalina em 1992, mas seria também a sua última vitória. Durante parte da sua carreira dividiu o seu tempo entre o circuito EPSA, Circuito Nacional e o curso universitário. A divisão de foco e falta de “instinto matador” em competição, algo atípico na sua geração, impediram que tivesse garantido mais títulos mas, mesmo assim, foi top do Circuito Europeu durante muitos anos e várias vezes candidato ao título no circuito nacional.

O ponto mais alto da sua carreira aconteceu em 1996, ano em que foi wildcard na primeira prova do Championship Tour no nosso país. O seu adversário no round 2 Coca Cola Figueira Pro era Kelly Slater, na época já com três títulos mundiais, que tinha perdido vários voos para Portugal, falhando o seu heat da primeira fase. Para conquistar o seu 4º título, Kelly apenas tinha que vestir a lycra de competição e entrar na água e foi o que fez. No entanto teve enfrentar um inspirado “Bubas”, que surfou melhor e venceu o histórico heat, começando aí um caricato historial nas provas portuguesas para o GOAT do surf mundial.

Outra contributo importante para o surf português foi o seu papel na fundação da Associação Nacional de Surfistas no final dos anos 90, época em que os melhores surfistas do país deixaram de competir no circuito nacional da Federação Portuguesa de Surf, depois de muitos anos de conflito, criando esta organização que acabou por revolucionar o surf nacional. A credibilidade deste surfista, que chegou a ser presidente, contribuiu muito para que a ANS representasse a quase totalidade de competidores de destaque do surf nacional.

Eventualmente Bruno retirou do surf profissional, dedicando-se a tempo inteiro à sua verdadeira profissão, na área da gestão, inicialmente na IBM. Mais tarde esteve ligado a vários negócios na indústria do surf, como a gestão da marca Polen e a criação da sua própria marca de pranchas de surf. Actualmente divide o seu tempo entre a Califórnia e Portugal, mantendo-se uma presença bem activa em alguns line ups.

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