Timothee Bisso é um dos melhores surfistas da Europa, tendo representado o seu continente muito bem ao longo dos últimos 10 anos. Ainda como júnior deu que falar em vários circuitos, com destaque para o título de vice-campeão mundial Pro Junior da WSL.
No entanto, o seu percurso não tem sido fácil nos últimos anos. Em 2016 Tim ficou sem patrocínio principal, continuando a competir no circuito com menos condições mas algum sucesso. 2019 foi um ano de mudanças, baseando-se na Ericeira, onde teria mais oportunidades de treinar em ondas boas, além de estar estrategicamente bem colocado para viajar pelo mundo. Até que entrou a pandemia e o francês da Ilha de Guadalupe, juntamente com muitos dos seus colegas no surf profissional, ficou com a vida em “stand by”.
Este ano estava a ser muito positivo para Bisso, conquistando resultados muito fortes no QS, incluindo um 2º lugar atrás apenas de Vasco Ribeiro na prova de Santa Cruz, o que junto com mais algumas boas prestações e os pontos que já trazia de 2020, garantiu o 6º lugar na qualificação para as provas Challenger Series. Mais ainda, Tim voltou a ter um patrocínio de surfwear, a Salty Crew, e solidificou a sua parceria com outros patrocinadores, como a Wildsuits Wetsuits, Globe e FCS.
Infelizmente, um incidente exterior ao surf deixou-o fora de duas das 4 provas Challenger Series de 2021, deixando-o virtualmente fora da disputa por uma vaga no Championship Tour do próximo ano. Segundo relatou num post no instagram, Tim está impedido de entrar nos EUA, onde acontece o US Open, que se realiza este mês Huntington Beach, e a prova de Haleiwa, no North Shore de Oahu.
“Em 2020 estive em Bali e tentei seguir para os Estados Unidos com a minha namorada. Mas antes do meu voo perdi o meu cartão de crédito e não tinha dinheiro comigo. Cheguei à fronteira e os guardas fizeram-me uma série de perguntas para as quais eu não tinha resposta (sobre dinheiro). Tentei explicar a minha situação mas basicamente acabei fechado num quarto, sem passaporte, telefone ou atacadores. Foi estranho. Passei lá 12 horas a fazer múltiplas entrevistas com agentes de imigração e, no fim, decidiram não me deixar entrar nos Estados Unidos e baniram-me de voltar a entrar no país por um período que ainda não percebi quanto tempo será. Tenho estado a falar com a WSL sobre isto e advogados, descobri que tenho que pedir um visto que em 2021 já não está a ser feito devido a um problema que estão a ter. Queria só clarificar porque não estarei a ir a essas provas, o que é uma pena pois sinto que tinha boas hipóteses de me dar bem.”
Tim poderá ainda competir nas provas da Ericeira, o MEO Vissla Ericeira Pro, realizado em Ribeira D’Ilhas entre 2 e 10 de outubro e o Quiksilver Pro France, realizado algures entre Capbreton, Hossegor e Seignoss, mas terá de olhar para a temporada de 2022 como um ano para dar tudo e concretizar os seus objectivos.
Comentários