Foi um momento cheio de emoção e apoio do público, o heat que eliminou o melhor surfista português de todos os tempos do MOCHE Rip Curl Pro Portugal. Tiago Pires tinha pela frente um adversário que conhece bem, Kai Otton, o vencedor da etapa em 2013. O australiano “capitalizou” de backside em duas direitas no primeiro terço do heat, enquanto que Saca não descobriu qualquer onda com potencial para responder. Mesmo assim uma direita pequena mas bem surfada baixou-lhe o requisito, ficando a precisar de uma nota de 8.73 no último terço do heat. O português ainda apanhou uma onda do set, mas não havia tubo nela e apenas fez com que passasse os últimos minutos a remar para fora. Pires ainda conseguiu voltar ao outside, mas Otton tinha prioridade e comandou os últimos minutos da bateria. Saca ainda apanhou uma onda mas com pouco potencial e apesar de a ter surfado bem apenas serviu para consolar o público, que o apoiou do início ao fim. Apesar de estar visivelmente desiludido com o resultado Tiago falou um pouco com a ONFIRE sobre a bateria.

Tiago estas condições normalmente favorecem o teu estilo de surf, o que correu mal?
Não diria que são ondas que me favorecem, este mar não favorece ninguém. É um mar em que quase é pior ter a prioridade para não ficar tão selectivo. Quem não tem prioridade começa a surfar e a experimentar e de repente apanha ondas que ficam a contar.

Quais eram as tuas expectativas?
Eu pensei que ia dar um Supertubos perfeito e que ia apanhar condições com tubos mas infelizmente não aconteceu. Foi um heat com ondas um bocado estranhas e com maré cheia, muitos saltos e o vento parece que estavam um bocado mais forte. Não proporcionaram grandes tubos, só manobras. Acho que fiquei um bocado preso a essa ideia de fazer tubos e acabei por não me dar bem.

O público puxou muito por ti, “sentiste” o que se estava a passar na areia?
Sim, muito. Realmente quando estava quase na rebentação a levar com as ondas senti que estavam a puxar por mim. Estava quase a desmaiar de cansaço, esta onda é muito forte. Apesar de estarmos muito perto do pico, às vezes estamos longe porque as ondas não param de vir e cada onda com que levamos andamos mais não sei quantos metros para trás. Foi óptimo receber o apoio do público mas realmente estou um bocado desiludido por não ter conseguido avançar.

Ainda estão para acontecer vários eventos importantes este ano, entre etapas Prime e a etapa do WCT de Pipe. Qual será o teu foco agora?
Vou me focar em surfar o meu melhor. Este campeonato é realmente difícil para mim, há muita emoção em jogo. Vou para as próximas etapas sem nada a perder pois estou praticamente com um pé fora do tour, por isso o melhor que posso fazer é surfar o meu melhor e tentar garantir-me.

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