Antes de ocupar a posição de General Manager da WSL para a Europa, Médio Oriente e África, Francisco Spínola era já um surfista muito dedicado, com algum sucesso como competidor a nível regional e universitário, onde inclusivamente venceu algumas provas. Hoje em dia mais uma presença no backstage nos maiores eventos de surf do mundo, Spínola foi um dos convidados na categoria “Friends”, ao lado do ex-piloto de Fórmula 1, Pedro Lamy, e dos actores Manel Sá Pessoa e Afonso Lopes, no evento Prio Softboard Heroes. Foi aí que, em representação da equipa Operação Nariz Vermelho, voltou a mostrar a sua competitividade, vencendo a sua categoria numa final muito divertida e disputada. A ONFIRE falou com Francisco para saber um pouco mais sobre a sua presença no evento…
Hoje em dia és mais conhecido pelo teu trabalho com a WSL mas antes disso já havia uma longa ligação com o surf até como competidor…
É verdade, as pessoas hoje em dia conhecem mais a minha ligação ao surf pela WSL, mas eu faço surf já há muito tempo, desde os 12 anos. Joguei rugby durante uns anos e comecei a entrar em campeonatos de surf, depois deixei o rugby e continuei a competir (no surf) mas cedo percebi que não ia ter uma carreira como surfista profissional e pus-me a estudar. Mas minha ligação ao surf ficou sempre bem vincada, tanto que quando acabei a universidade fui fazer uma Pós-Graduação na Austrália para poder continuar a surfar todos os dias, que era o meu objectivo e hoje em dia continuo a surfar todos os dias, ou quase todos.
Quando surgiu o convite para participares no Prio Softboard Heroes?
O convite surgiu através do (Tiago Pires) Saca, que me perguntou se eu estava interessado em participar. Depois enganou-se e meteu-me na categoria Friends, quando eu devia estar na categoria Pro (risos), é o Saca a tentar arruinar a minha curta carreira competitiva. Já conhecia bem o evento, acho que é um evento muito giro, não só permite aos surfistas experimentarem outro tipo de pranchas e fazer outro tipo de surf e a competição obviamente é um aparte, mas sobretudo estamos a falar de um evento que angaria fundos para instituições com causas tão nobres e que ajudam muitas pessoas. Não podia ter ficado mais contente com o convite.
Já tinhas alguma experiência a surfar de softboard?
Não, tinha pouca ou nenhuma experiência com softboards. É muita difícil (risos), é muito mais difícil do que parece mas acabámos por, lá no meio, encontrar umas mais parecidas com pranchas “normais” e a coisa até se endireitou, mas tens que fazer um surf completamente diferente. Sendo uma competição em que o resultado não é o mais importante mas que ninguém estava ali para perder, e eu também não gosto muito de perder, e adaptação não foi fácil. Talvez se tivesse um dia só de free surf, a experimentar pranchas, a coisa seria diferente. Hei de o fazer!
Qual foi a soft que mais gostaste?
Foi a que usei na final dos Friends, uma Flowt 5’6”, modelo “Marshmellow”.
Foi uma final muito equilibrada, fala um pouco sobre a disputa que te levou à vitória…
A final esteve ali taco a taco, mas acho que os meus claims falaram mais alto, pressionaram ali o painel de juízes e a vitória acabou por cair para o meu lado.
Depois deste sucesso, vamos ver um regresso teu à competição? Estávamos a pensar em lançar um desafio a WSL, que seria um superheat de softboards com uma vaga no CT de Pipeline para o vencedor…
Sim, claro, vamos propor isso à WSL, vou-me já candidatar à vaga! Agora fora de brincadeiras, houve um ano que eu estava no Havaí no Pipe Masters e quando parámos o campeonato aconteceu uma daquelas coisas clássicas de quando se para um campeonato. Até aí estava inconsistente e o vento a virar para on-shore e, de repente, o vento acerta e ficou 8 a 10 pés e entra o Jamie O’Brien e os amiguinhos com umas softboards cor de rosa a droparem ondas inacreditáveis e a mandar tubos que envergonharam muita da malta que lá tinha andado.
O que achaste do evento de uma forma geral?
Acho que é um evento espetacular, muito bem organizado, num sítio incrível, com uma ajuda na operação incrível da Noah Surf House. Tudo impecável, os detalhes do evento são inacreditáveis, a estrutura do evento, a festa a seguir com a Lee-Ann Curren a tocar, depois o Stckman. Uma granda vibe, foi um dia muita bem passado, escolhido a dedo, e acho que é um evento para continuar por muitos e bons anos. Parabéns à organização e às instituições que têm feito um trabalho notável.
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